Cynefin framework: como aplicar o modelo para decisões estratégicas

Tomar decisões no marketing nunca foi tarefa fácil. A aceleração digital trouxe mais dados, mais canais e mais possibilidades, mas também trouxe mais incerteza. O comportamento do usuário muda rápido. As plataformas alteram algoritmos sem aviso. As demandas internas crescem.

E a pressão por performance aumenta. Em meio a tudo isso, muitos profissionais percebem que não é a falta de conhecimento que trava o crescimento. O que costuma prejudicar a estratégia é a falta de clareza sobre o tipo de problema que o time está tentando resolver.

Esse é o ponto onde o Cynefin Framework se torna uma ferramenta essencial. Ele ajuda a classificar cenários antes de agir, o que evita decisões precipitadas, priorizações equivocadas e testes que não fazem sentido. Para quem atua em growth, SEO, mídia paga ou marketing de conteúdo, entender o contexto é tão importante quanto dominar a técnica. E o Cynefin oferece exatamente essa lente.

Neste artigo, vamos explicar por que esse modelo ganhou espaço em áreas que precisam equilibrar análise e velocidade! 

Vamos lá?

O que é o Cynefin Framework?

O Cynefin Framework é um modelo de tomada de decisão que organiza as situações em diferentes tipos de contexto. Ele parte do princípio de que cada ambiente exige um tipo de raciocínio. Em outras palavras, não existe uma lógica única para resolver tudo. Quando times aplicam sempre a mesma abordagem, independentemente do tipo de problema, os erros aparecem.

O framework divide a realidade em cinco domínios. Cada um deles representa um nível de previsibilidade, o que altera tanto a forma de analisar quanto a forma de agir. Para profissionais de marketing que lidam com comportamento humano, dados incompletos e plataformas em constante evolução, essa organização ajuda a acelerar decisões estratégicas e a reduzir ruído entre áreas.

Essa é justamente a diferença entre testar por testar e testar com finalidade, analisar quando faz sentido e agir quando o contexto exige rapidez. Entender o domínio evita o desperdício de energia em debate quando o caminho pede experimentação e evita improvisação quando o problema precisa de precisão técnica.

Com essa base, vale olhar como esse modelo surgiu e por que ele se encaixa tão bem no marketing atual.

Como surgiu o Cynefin Framework?

O Cynefin foi criado por Dave Snowden, pesquisador que percebeu algo simples, porém profundo. A maioria das decisões organizacionais era tratada como se o mundo fosse sempre previsível. No entanto, ele observou que muitas situações não seguem lógica linear. As pessoas, os processos, as variáveis externas e as mudanças culturais criam ambientes onde causa e efeito não são tão claros.

A partir dessa percepção, Snowden estruturou o Cynefin como um mapa para navegar por realidades diferentes. Ele não pretendia entregar uma solução definitiva, mas um modelo mental que ajudasse líderes a escolher o raciocínio certo para o contexto certo.

Com a evolução das metodologias ágeis, a explosão de dados e o crescimento do marketing digital, o Cynefin encontrou espaço natural. Hoje, ele é amplamente utilizado para orientar decisões em áreas que lidam com ritmo acelerado de mudança, como growth, comunicação integrada e mídia. Ele funciona como uma bússola estratégica em tempos de excesso de informação.

Quais são os cinco domínios do Cynefin Framework?

Agora que você entendeu a origem, fica mais simples mergulhar nos domínios e perceber como eles funcionam na prática.

Antes de aplicar o Cynefin no dia a dia, é importante entender como ele organiza a realidade. O modelo não funciona como uma fórmula fixa, e é justamente isso que o torna tão útil para quem atua em marketing.

Cada situação exige um tipo de leitura, e essa leitura muda conforme novas informações chegam ou conforme o comportamento do público evolui. Em outras palavras, você só toma boas decisões quando entende em qual tipo de cenário está pisando.

E é aqui que os cinco domínios do Cynefin entram em cena. Eles servem como um mapa para identificar a natureza do problema e, a partir disso, escolher o raciocínio adequado. Depois que essa chave vira, tudo entra no lugar.

Conheça cada um deles:

1. Domínio Óbvio ou Simples

O domínio simples é o mais estável e previsível. É aqui que vivem os processos que já estão validados e que dependem mais de consistência do que de criatividade. Existe uma relação direta entre causa e efeito e o risco é baixo.

Na prática de marketing, esse domínio aparece quando o time executa atividades como:

  • atualizações básicas em páginas já otimizadas
  • relatórios padronizados
  • automação de e-mails já testada
  • publicações programadas com formatos consolidados

Esse não é o espaço para reinvenção. É o espaço para manter o que funciona. O maior risco nesse domínio é supercomplicar algo que deveria ser simples.

Quando a equipe trata um processo simples como se fosse complexo, ela perde velocidade. E no marketing, velocidade é vantagem competitiva.

2. Domínio Complicado

No domínio complicado ainda existe causa e efeito, mas não de forma tão óbvia. A solução existe, porém, depende de conhecimento técnico e de análise especializada. É o domínio da expertise.

Exemplos desse tipo de cenário incluem:

  • auditorias de SEO que exigem leitura de logs e arquitetura
  • diagnósticos de queda de conversão
  • modelagem de atribuição em mídia paga
  • configurações avançadas de analytics
  • planejamento de campanhas com múltiplos públicos e canais

Aqui, não basta seguir um checklist. É necessário interpretar dados, buscar referências, usar experiência e decidir com base em evidências. É também onde uma agência de marketing com forte capacidade técnica faz diferença.

Confundir esse domínio com complexidade é um erro comum. Quando o time tenta experimentar antes de analisar, acaba desperdiçando verba e tempo.

3. Domínio Complexo

O domínio complexo é onde grande parte do marketing vive. Aqui não existe relação clara entre causa e efeito. O comportamento só se revela depois de experimentos. Por isso, não existe resposta pronta. Não existe modelo totalmente replicável. E não adianta tentar prever tudo.

Cenários complexos são ideais para:

  • testes A/B com hipóteses novas
  • novas estratégias de conteúdo que dependem da resposta do público 
  • exploração de novos canais de aquisição
  • SEO para temas emergentes
  • campanhas de awareness com variáveis inéditas

A abordagem recomendada é experimentar, observar e ajustar. A lógica é aprender com o movimento. Isso não significa agir de forma impulsiva. Significa testar com método, medir, interpretar e iterar.

É também o domínio onde growth marketing se destaca, porque valoriza ciclos rápidos de aprendizado. Aqui, velocidade combinada com boas hipóteses gera vantagem.

4. Domínio Caótico

O caos acontece quando o ambiente está tão instável que não existe possibilidade imediata de análise. A única resposta possível é agir rápido para estabilizar. Só depois, quando o ambiente está sob controle, é possível investigar.

Esse cenário aparece no marketing quando:

  • uma crise estoura nas redes sociais
  • o site cai durante uma campanha de alto investimento
  • uma mudança de algoritmo derruba tráfego orgânico ou pago
  • a performance de mídia sofre queda súbita sem explicação inicial
  • um bug crítico afeta a experiência do usuário

A única estratégia possível é agir. A análise vem depois. E a comunicação integrada precisa estar alinhada, já que decisões isoladas tendem a aumentar o impacto negativo.

Na cultura de growth, esse domínio ensina uma lição valiosa. Nem tudo é teste. Nem tudo é análise. Às vezes é questão de sobrevivência.

5. Domínio Desordem

A desordem aparece quando o time não sabe em qual domínio o problema se encaixa. Ela surge quando há falta de informações suficientes, conflitos entre dados, divergências internas ou múltiplas interpretações sobre o mesmo cenário.

É o domínio típico de equipes sobrecarregadas ou organizações que ainda estão aprendendo a lidar com priorização. Nesse contexto, a melhor estratégia é decompor o problema. Ao dividir em partes menores, fica mais simples identificar qual domínio se aplica a cada aspecto.

Muitas empresas só conseguem avançar quando clareiam essa etapa inicial. E é aqui que consultorias e agências conseguem contribuir significativamente, trazendo visão externa para organizar prioridades.

Com os domínios compreendidos, o próximo passo é ver como esse modelo transforma o trabalho dos times de marketing.

Quais são os benefícios de usar o Cynefin Framework?

O maior diferencial do Cynefin não é o mapa em si, mas a maturidade que ele cria. Ele muda a forma como profissionais discutem problemas, priorizam demandas e escolhem caminhos. É uma ferramenta de alinhamento mental que melhora decisões individuais e coletivas.

Quando equipes de growth, SEO, mídia paga e marketing de conteúdo usam o modelo, existe mais precisão e menos ruído. O Cynefin não acelera apenas o trabalho. Ele melhora a qualidade dele.

Conheça os benefícios! 

1. Diagnóstico antes da ação

O Cynefin evita um erro comum no marketing: resolver rápido demais algo que ainda não foi compreendido. Quando o time classifica o domínio primeiro, ele reduz drasticamente o risco de decisões equivocadas.

Essa clareza diminui retrabalho e aumenta a confiança na tomada de decisão.

2. Menos desperdício de recursos

Quando o domínio é claro, o tipo de esforço também fica claro. O time sabe exatamente quando vale testar, quando vale analisar profundamente e quando vale simplesmente executar o básico bem feito.

Esse entendimento economiza tempo, verba e energia. Para equipes que trabalham com metas agressivas, isso faz enorme diferença.

3. Mais alinhamento entre SEO, mídia paga, conteúdo e comunicação integrada

Cada área do marketing opera com lógicas diferentes. O Cynefin cria uma linguagem comum que facilita conversas entre áreas. Isso reduz conflitos internos e acelera a capacidade de responder rapidamente ao mercado.

4. Cultura de experimentação mais inteligente

No domínio complexo, testar é natural. Mas testar com intenção e método é o que realmente gera aprendizado. O Cynefin orienta essa diferenciação. Ele impede experimentos aleatórios e incentiva ciclos de teste orientados por hipóteses.

5. Agilidade 

Agilidade não é sinônimo de velocidade. É sinônimo de adaptação. Quando o time entende o domínio, ele sabe se deve acelerar, aprofundar ou experimentar. Isso evita decisões apressadas e decisões lentas demais.

6. Comunicação mais clara

Quando todos usam o mesmo modelo mental, discussões ganham objetividade. As justificativas ficam mais estratégicas e as decisões deixam de ser baseadas apenas na opinião de quem fala mais alto.

7. Maturidade organizacional

Com o tempo, o Cynefin ajuda a criar uma cultura de decisões mais conscientes. Problemas deixam de ser tratados como urgências permanentes. O time desenvolve repertório para navegar tanto a estabilidade quanto a complexidade. E isso aumenta a resiliência da organização.

Como você deve ter notado, tomar decisões melhores é um processo constante. Se quiser seguir evoluindo sua forma de analisar contextos e estruturar estratégias, continue acompanhando o blog do Grupo OM!

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