
Growth Marketing: o que é e quais são os seus benefícios
O growth marketing, também conhecido como marketing de crescimento, é uma tendência de mercado em alta, com foco no crescimento da empresa de uma maneira mais ágil e eficaz.
Mas, para isso, é importante entender alguns pontos importantes, que iremos explicar ao longo deste texto:
- O que é Growth Marketing?
- Como o Growth Marketing auxilia no crescimento de uma empresa?
- Como fazer Growth Marketing?
- Principais canais de Growth Marketing
O que é Growth Marketing?
Growth Marketing, ou marketing de crescimento, é uma abordagem focada em impulsionar o desenvolvimento de uma empresa de maneira escalável e sustentável.
Ao contrário do marketing tradicional, que muitas vezes se concentra em campanhas de curto prazo e retorno imediato, o Growth Marketing busca estratégias de longo prazo que garantam um aumento contínuo no número de clientes, receitas e presença de mercado.
Em sua essência, ele combina análise de dados, criatividade e tecnologia para identificar oportunidades de crescimento, testar diferentes abordagens e otimizar continuamente as campanhas com base nos resultados obtidos.
É uma mentalidade que permeia todas as áreas do marketing, desde a aquisição de clientes até a retenção e o aumento do valor do cliente.
Como o Growth Marketing auxilia no crescimento de uma empresa?
Uma empresa ou negócio pode usar essa estratégia de diversas formas. O primeiro passo é entender profundamente o público-alvo e seus comportamentos, utilizando dados para direcionar campanhas de forma mais precisa. Isso aumenta a eficiência das ações de marketing e melhora a experiência do cliente, aumentando a probabilidade de conversão e fidelização.
Além disso, o Growth Marketing é altamente orientado por resultados mensuráveis. Por isso, cada campanha deve ser meticulosamente monitorada e analisada, permitindo ajustes em tempo real com base no desempenho observado. Essa capacidade de adaptação rápida é crucial em um ambiente de mercado dinâmico, onde as condições podem mudar rapidamente.
Outro ponto-chave que auxilia no crescimento de uma empresa é a ênfase na experimentação e no aprendizado contínuo. Testar diferentes abordagens e hipóteses permite descobrir novas oportunidades de crescimento que poderiam ser ignoradas em uma estratégia de marketing mais convencional.
Assim, a sua empresa pode entender qual a melhor estratégia para alcançar o público desejado e fazer marketing de crescimento com um método mais eficaz.
Como fazer Growth Marketing?
Para implementar com sucesso o Growth Marketing em sua empresa, é importante seguir alguns passos fundamentais:
- Definição de objetivos claros: estabeleça metas específicas e mensuráveis para suas campanhas de Growth Marketing. Esses objetivos podem incluir aumento de tráfego no site, conversão de leads, ou aumento da taxa de retenção de clientes.
- Análise de dados: utilize ferramentas de análise para entender o comportamento do usuário em seu site, identificar padrões e pontos de atrito, e descobrir oportunidades de melhoria.
- Segmentação de mercado: divida seu público-alvo em segmentos com base em características demográficas, comportamentais e psicográficas. Isso permite personalizar suas campanhas de marketing para atender às necessidades específicas de cada grupo.
- Otimização de conversão: realize testes A/B e outras formas de experimentação para otimizar continuamente suas páginas de destino, campanhas de e-mail marketing, anúncios pagos e outros elementos-chave do seu funil de vendas.
- Integração de canais: utilize uma abordagem multicanal, integrando SEO, mídia paga, redes sociais e outras formas de marketing digital para alcançar seu público em diferentes estágios do ciclo de compra.
Foco na retenção: não se limite apenas à aquisição de novos clientes. Invista em estratégias de marketing que visem à retenção e ao aumento do valor do cliente ao longo do tempo.
Principais canais de Growth Marketing
Confira alguns canais podem ser explorados para maximizar o alcance e impacto das suas campanhas:
- SEO (Search Engine Optimization): otimização para mecanismos de busca é fundamental para aumentar a visibilidade orgânica do seu site e atrair tráfego qualificado.
- Mídia paga: investir em anúncios pagos em plataformas como Google Ads, Facebook Ads e LinkedIn Ads pode acelerar o crescimento, alcançando um público mais amplo e segmentado.
- Branding: construir uma marca forte e reconhecível é essencial para aumentar a confiança do consumidor e diferenciar-se da concorrência.
Por fim, o Growth Marketing representa uma abordagem moderna e eficaz para impulsionar o crescimento empresarial através de estratégias de marketing escaláveis, baseadas em dados e orientadas por resultados.
Conte com a expertise das empresas do Grupo OM para ajudar a sua empresa a aplicar as práticas e técnicas adequadas, com foco na construção da sua marca no longo prazo e na geração de resultados no curto prazo. Entre em contato conosco!
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Comunicação Integrada: O que é e como aplicar? Confira!
Conhecido como CIM, a Comunicação Integrada de Marketing é uma ótima estratégia para empresas da área se destacarem em um mercado tão competitivo.
Como aplicar a comunicação integrada?
Afinal, a comunicação tem passado por uma revolução – longe de acabar. A necessidade de alinhar todas as formas de comunicar em uma única estratégia coesa está mais vez mais evidente.
Por esse motivo, o artigo de hoje explica o que é, de fato, a Comunicação Integrada, seus benefícios e como implementá-la. Vamos lá?
O que é comunicação Integrada?
A fim de unificar as formas de comunicação de um negócio, a Comunicação Integrada é uma abordagem estratégica que permite que as campanhas publicitárias de uma empresa, independentemente do canal, passem uma mensagem clara, consistente e convincente.
Esse método alinha mensagens de marketing em diversos canais, como Publicidade, Relações Públicas, Mídias Sociais, Marketing Digital e Comunicação Interna, com a ideia central de criar uma experiência coesa para o consumidor e reforçar a presença da marca.
Na prática, o Marketing Integrado envolve a coordenação de várias atividades de comunicação e marketing para garantir que todas trabalhem juntas harmoniosamente, reforçando a mesma mensagem central e apoiando os mesmos objetivos de negócios.
Quais os benefícios?
Para quem procura por estratégia de comunicação bem estruturada, a Comunicação Integrada oferece benefícios para além do fortalecimento de marca. Por isso, elencamos outras vantagens dessa prática e por que elas são tão importantes:
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Consistência da mensagem;
Quando todas as mensagens transmitidas pela empresa são consistentes em todos os pontos de contato com o cliente, construímos uma marca sólida e confiável.
Essa consistência não apenas reforça a identidade da marca, mas também ajuda a criar uma imagem clara e coerente na mente dos consumidores, aumentando a fidelidade, confiança e, é claro, indicação dos clientes.
Em um mundo onde os consumidores são bombardeados por informações de várias fontes, manter uma mensagem consistente ajuda a marca a se destacar e ser reconhecida de forma imediata e positiva.
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Campanhas de marketing de maior impacto;
Mensagens integradas têm um efeito mais poderoso e memorável, pois repetem e reforçam a mesma mensagem central por múltiplos canais.
Isso cria uma experiência de marca unificada que é mais fácil de ser lembrada pelos consumidores, gerando campanhas publicitárias mais eficazes.
Essa abordagem integrada não só facilita a perpetuação da mensagem, mas também potencializa a resposta emocional dos consumidores, tornando-os mais propensos a agir conforme o estímulo publicitário.
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Engajamento do cliente;
Ao criar uma experiência de marca mais unificada e coerente, as empresas podem aumentar o engajamento e a lealdade do cliente.
Afinal, os consumidores que recebem uma mensagem consistente em todos os pontos de contato têm mais chances de desenvolver uma conexão emocional com a marca, resultando em clientes fiéis à marca.
Esse engajamento profundo não só melhora as métricas de retenção de clientes, mas quando os consumidores têm uma marca em que confiam, são mais propensos a se tornarem defensores da marca, promovendo para amigos e familiares.
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Facilidade de mensuração e avaliação das campanhas;
Com uma estratégia integrada, também é mais fácil medir e avaliar o desempenho das campanhas e ajustar as campanhas conforme necessário. A capacidade de monitorar e analisar de sistemicamente os resultados permite que as empresas identifiquem o que está funcionando e o que não está, facilitando a otimização contínua das estratégias de marketing e comunicação.
Nesse caso, o Marketing Integrado pode ser um forte aliado para trazer insights importantes que podem informar futuras iniciativas de publicidade.
Essa medição eficaz permite a tomada de decisões baseada em dados, garantindo que cada passo da estratégia de comunicação esteja alinhado com os negócios e adaptado às necessidades e expectativas dos consumidores.
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Sua marca em múltiplos canais.
A Comunicação Integrada permite que as marcas utilizem uma variedade de canais de comunicação para atingir diferentes segmentos de seu público-alvo.
Quando uma campanha é lançada simultaneamente em várias plataformas – como TV, rádio, redes sociais, blogs e e-mails – o alcance da marca é significativamente ampliado.
Essa abordagem multicanal não só atinge um público maior, mas também reforça a mensagem por meio de repetição e presença onipresente.
Quais os elementos que formam a comunicação integrada?
Como falamos anteriormente, a Comunicação Integrada é uma abordagem multifacetada que envolve a coordenação de diversas atividades de comunicação para transmitir uma mensagem consistente e coesa.
Para implementar essa estratégia, precisamos compreender os principais elementos que sustentam essa abordagem.
Por isso, vamos explorar alguns canais de comunicação que fazem parte dessa estratégia:
Publicidade
A publicidade é um dos componentes mais visíveis da CIM, abrangendo anúncios em mídia tradicional (como televisão, rádio, jornais e revistas) e mídia digital (como banners online, vídeos promocionais e anúncios em redes sociais).
A publicidade deve ser planejada para reforçar a mensagem central da marca, criando reconhecimento e lembrança junto ao público-alvo.
Relações Públicas (RP)
As atividades de relações públicas constroem e mantém uma imagem positiva da marca perante o público e a mídia. Isso inclui a realização de eventos, conferências de imprensa, divulgação de comunicados à imprensa e gestão de crises.
As RP ajudam a moldar a percepção pública da marca e devem estar alinhadas com as demais atividades de comunicação para garantir coesão e consistência.
Marketing Direto
O marketing direto envolve a comunicação personalizada e direta com o público-alvo, utilizando ferramentas como e-mail marketing, mala direta, telemarketing e mensagens de texto.
Essa abordagem permite interações mais personalizadas com os consumidores, facilitando a segmentação precisa e o envio de mensagens adaptadas às necessidades específicas de diferentes grupos.
Promoção de Vendas
As promoções de vendas incluem incentivos temporários para estimular a compra de produtos ou serviços, como descontos, cupons, ofertas especiais, concursos e amostras grátis.
Essas promoções devem ser integradas às campanhas de marketing para garantir que reforcem a mensagem da marca e incentivem a ação dos consumidores de forma coerente com os objetivos gerais da comunicação.
Marketing Digital
O marketing digital abrange uma variedade de estratégias online, como SEO (otimização para mecanismos de busca), SEM (marketing em motores de busca), marketing de conteúdo, redes sociais, e-mail marketing e publicidade digital.
A presença online deve ser coordenada para garantir que a mensagem da marca seja consistente em todas as plataformas digitais, alcançando um público amplo e diversificado.
Marketing de Conteúdo
O marketing de conteúdo envolve a criação e distribuição de conteúdo valioso e relevante para atrair e engajar o público-alvo.
Isso inclui blogs, artigos, vídeos, infográficos, e-books e webinars. O conteúdo deve ser consistente com a mensagem da marca e alinhado aos objetivos de marketing, ajudando a educar e informar os consumidores, além de fortalecer a imagem da marca.
Exemplos práticos de Comunicação Integrada
Agora que você já sabe como funciona a Comunicação Integrada de Marketing, nada melhor que exemplificar com grandes marcas!
O primeiro deles é a Coca-Cola, conhecida mundialmente por suas campanhas de marketing que reforçam sua imagem.
Desde seus comerciais de TV até suas postagens em redes sociais, a mensagem de felicidade e compartilhamento é sempre clara e unificada.
A Nike também é um grande exemplo de marketing integrado, desde anúncios na TV até campanhas digitais e eventos patrocinados.
A mensagem central de “Just Do It” é reforçada em todos os pontos de contato.
Nacionalmente, temos o caso de O Boticário, que usa do mesmo tom em todas suas campanhas, sempre remetendo a beleza.
Suas lojas, publicidade, site e comunicação com o cliente são perfeitamente alinhados para transmitir uma mensagem clara de cuidado, bem-estar e beleza.
Como o Grupo OM auxilia na comunicação integrada?
Nós, do Grupo OM, somos especializados em ajudar empresas a desenvolver e implementar estratégias de Comunicação Integrada de Marketing.
Com equipes robustas em diferentes frentes, somos o segundo maior grupo independente de comunicação do Brasil, com 6 empresas com mais de 30 especialidades do universo da publicidade.
Aqui você encontra:
- Publicidade Full Service
- Mídia de performance
- Branding e design para varejo
- Regionalização de campanhas
- Planejamento estratégico de marcas
Quer saber mais como podemos manter sua marca com as melhores margens de vendas através da Comunicação Integrada? Entre em contato conosco!
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Consumidor e publicidade: o que mudou nos últimos 30 anos?
Ao completar 30 anos de atividade, considerei fazer uma análise da evolução do consumidor e das especializações da publicidade ao longo dessas três décadas. Foi um passeio interessante. Espero que gostem.
O comunicador, seja ele publicitário ou não, é e sempre foi um “tradutor” das mensagens das marcas (empresas, produtos, celebridades) para a linguagem dos públicos que pretende atingir. Certamente, há outras competências aos comunicadores, como análise de resultados de campanhas, cálculos de ROAS – Return on Ad Spending e, uma das mais importantes, a criação de conceitos e mensagens que buscam diferenciar uma marca das demais. A guerra do mercado (marketing) é, muitas vezes, vencida pela marca que se mostra diferente. Não necessariamente a melhor tecnicamente, ou a mais forte em faturamento, mas sim as diferentes versus as iguais. Isso porque, na mente do consumidor, o que é diferente de um jeito que ele deseja vai conquistar sua preferência.
Basicamente, o comunicador procura encontrar um espaço na mente do consumidor, que ainda não foi ocupado por seus concorrentes, para apresentar a marca do seu cliente e, assim, chamar a atenção, ajudar a gerar associações positivas que levarão à preferência e compra.
A principal atividade dos publicitários tradutores é, portanto, conhecer o consumidor. Entender sua relação com a categoria do produto/serviço a ser divulgado; seu processo de compra; o que o motiva e desmotiva; sensibilidade a preço; com quais atributos associa as marcas concorrentes; sua bagagem cultural e, principalmente, seus hábitos de consumo de informação e entretenimento.
Anos 90
No início dos anos 90, comunicar era mais fácil e mais simples. Os meios de comunicação eram basicamente os mesmos desde 1950. A internet estava engatinhando e não se sabia como iria ajudar na divulgação de produtos e serviços. O processo de criação e gestão das campanhas não era diferente. Um bom diagnóstico para conhecer os problemas e objetivos da marca, seus concorrentes e um mergulho no mundo do consumidor. Esse último era feito com pesquisas de recall de campanha e acessando os relatórios do SAC dos clientes. Terminado o diagnóstico, partia-se para a criação (sempre pensando em usar contextos e linguagens adequadas ao consumidor). Um bom insight. Roda o filme e cria o anúncio para revista, com objetivo de criar o sonho, o desejo. Grava o spot, pendura bandeirola no PDV, veicula a oferta no jornal. Sonho criado na TV; oferta nos demais meios para gerar o senso de oportunidade.
Lançávamos a campanha, monitorávamos o fluxo às lojas e as vendas e, depois de um ano, conduzíamos as pesquisas de percepção de marca. O ritmo era mais lento. Os lançamentos e novidades chegavam aos consumidores por meio das revistas especializadas, jornais e no ponto de venda. Os consultores de venda tinham muita importância no processo. Tudo acontecia no ambiente físico.
No final da última década do século passado, um professor de uma das mais importantes universidades do mundo – Northwestern –, Don E. Schultz escreveu o primeiro livro para nos ajudar a planejar, coordenar e medir resultados das chamadas “campanhas integradas”. O livro era “Integrated Marketing Communications. Putting it together and making it work”. Estávamos em SP, na palestra de divulgação do livro, e entendemos na hora que o futuro da comunicação com o consumidor passaria, obrigatoriamente, por divulgar produtos e serviços por vários meios publicitários, de modo integrado. Abraçamos entusiasmadamente a Comunicação Integrada de Marketing, pois sabíamos ser a abordagem necessária para continuar cumprindo nossa missão essencial: “Ajudar nossos clientes a venderem mais no curto prazo e a obterem melhores margens ao longo do tempo”.
A OpusMúltipla, primeira empresa do Grupo OM e, agora, com 51 anos, criou unidades especializadas em marketing direto, publicidade, design gráfico e internet.
Anos 2000
A internet já havia passado da fase de sites com contadores de fluxo e musiquinhas. Veículos tradicionais de comunicação começavam a entender como monetizar seus conteúdos e inventários no mundo on-line. O mundo digital ainda dava seus primeiros passos, mas muito do que se fazia era parecido com os anos 90. Começamos os anos 2000 combinando os chamados meios off (TV, rádio, revista, jornal e Out of Home) com anúncios no mundo on-line desses veículos. Os meios off concentravam a maior parte dos investimentos publicitários e também a audiência dos consumidores. Mas, de repente, “toc toc”, chegou o Google e, seis anos depois, o Facebook. E o mundo ficou mais acelerado. Ainda levaria algum tempo para sentirmos os impactos das Big Techs (devo incluir aí a Amazon). Portanto, o processo de identificação de interesses dos consumidores ainda era muito baseado na observação estruturada no PDV e nas pesquisas conduzidas por institutos. Mas isso estava prestes a mudar.
Anos 2010
Se nas duas décadas anteriores ainda estávamos conhecendo o potencial da chamada internet, a partir de 2010, ficou claro que nada seria como nos 100 anos anteriores, desde a criação das primeiras agências de publicidade. Google e Facebook não se consideraram veículos de comunicação, apesar de venderem publicidade, e isso gerou muita discussão entre os veículos, legisladores, anunciantes e agências. O fato é que o Google abriu um canal de divulgação e, posteriormente, de vendas para pequenas empresas de todo o mundo, tornando o ambiente físico menos relevante do que já havia sido. Os sites viraram e-commerce. Empresas poderiam vender muito pelos canais on-line, mas precisavam dominar essa tecnologia e aprender a divulgar seus produtos naquele ambiente. Surgiram novos indicadores de performance, e o termo KPI (key performance indicator) veio pra ficar. Parece que os dados e a estatística finalmente iriam se vingar da época em que eram mal vistos, quando o insight era rei e os dados eram apenas inconveniências a serem deixadas de lado.
Foi exatamente em 2010 que abandonamos as unidades especializadas e decidimos lançar e/ou adquirir empresas com liberdade para criar seus escopos de serviços, processos e metodologias de trabalho independentes. Nascia o Grupo OM Comunicação Integrada. O primeiro do Brasil a reunir empresas independentes pelo modelo das Integrated Marketing Communications. Por sinal, um pouco antes, o professor Schultz havia lançado a, digamos, versão atualizada do seu primeiro livro: “IMC the next genneration”. Foi necessário incluir os meios digitais ao trabalho de divulgação de produtos e serviços. Por essa época, fomos eleitos o Melhor Grupo de Comunicação Integrada do Brasil, por uma publicação nacional e focada no mundo do marketing e publicidade.
E o consumidor? Bom, a partir de 2010, entender o consumidor e dominar suas linguagens se tornou tarefa complicada. Se antes estudávamos seu comportamento nas lojas e por meio de pesquisas no mundo real, agora poderíamos entender seu comportamento on-line. O e-commerce cresceu exponencialmente e passamos a ter dados maravilhosos como visualização do anúncio on-line, clique no anúncio on-line, acesso ao site da marca a partir do clique no anúncio, venda gerada pelo clique, além de muitos outros indicadores. Essas mensurações encurtaram os ciclos das campanhas. Até então, planejávamos por seis meses, criávamos um filme lindo que seria veiculado na TV e aguardávamos o fluxo em loja ou as pesquisas de recall que seriam realizadas meses depois. A partir de agora, as trocas de anúncios passaram a ser diárias. Os formatos das mensagens publicitárias (anúncio em revista – uma página, meia página. Spot para rádio de 30” e filme para TV de 30” ou 60”) passaram a ter companheiros como bumper ad, anúncios de seis segundos, webséries, ações com influenciadores, lives de vendas.
Para dar conta de tudo isso, surge uma especialização da publicidade digital: a mídia on-line para performance. Profissionais de mídia e analistas de dados focados em medir, em tempo real, se um anúncio gera mais ou menos cliques do que outro. Começou um “troca oferta”, “muda a cor do splash”, “tira a barba do modelo” e por aí vai. Cada mudança impacta na performance do anúncio e no resultado dos “leads” gerados para as forças de vendas ou sites.
Por consequência, os dados sobre os consumidores passaram a chegar aos montes. Processá-los e compreender os porquês dos comportamentos desse, que passou a ser chamado, consumidor multicanal (ominichannel) é a base para qualquer campanha ou construção de marca bem-sucedida. Nós mesmos lançamos, há três anos, uma empresa focada nesse tema: a Senso Performance que, por sinal, é a que mais cresce.
O mundo da comunicação ficou mais acelerado, os ciclos das campanhas se encurtaram, as ações para impactar e persuadir um consumidor se multiplicaram. O consumidor deixou de ser facilmente compreendido. Cada um de nós assume vários comportamentos a depender da ocasião e do produto. Mas uma coisa não mudou: o consumidor ainda quer ser entendido, bem atendido e acredita que a marca mais conhecida é a melhor. A notoriedade ainda é sinônimo de qualidade. Quem não aparece, não é lembrado e, portanto, não é considerado na próxima compra. Os dados e a estatística vieram para ajudar esse maravilhoso mundo novo, mas de mãos dadas com as big ideias. Ainda precisamos diferenciar marcas. E nada como uma grande ideia para cumprir essa missão. O consumidor quer rir e chorar. Quer se emocionar com grandes ideias e belas histórias. Enquanto não virarmos um feixe de fótons, a velha máxima “ninguém resiste a uma boa ideia” será sempre atual.
Rodrigo Havro Rodrigues, M. Sc.
VP Executivo do Grupo OM Comunicação Integrada
Mestre em Estratégia e professor do MBA em Marketing e Comunicação da UFPR.
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A educação é a distância, mas a mídia é ali na esquina
O crescimento do segmento de educação a distância no Brasil é fora da curva. Entre 2009 a 2019, o crescimento do EaD foi de 378,9%, segundo dados do Censo de Educação Superior para o Inep, contabilizados em 2020.
Como resultado, o ensino à distância no Brasil superou o presencial. Há mais alunos matriculados no EaD (53,3%) do que assistindo às aulas presencialmente (46,7%). O ápice foi registrado entre março e abril de 2020, em razão da pandemia do coronavírus, quando o EaD registrou aumento de 70% nas matrículas.
Para entender a educação a distância, é preciso entender o Brasil. Somos um país continental, com alta desigualdade social, sendo que apenas 5% da população tem curso superior concluído. Por outro lado, as melhores oportunidades de trabalho e o crescimento profissional exigem uma formação superior que fomente e desenvolva as competências técnicas que o setor produtivo procura.
Nesse sentido, o EaD vem ao encontro da necessidade do brasileiro, pois fornece diferencial competitivo ao ensino in loco, nos seguintes aspectos:
Praticidade – poder encaixar o estudo no seu horário e não o seu horário no estudo, faz toda diferença. Estamos falando de trabalhadores que, muitas vezes, chegam tarde da noite e só têm essa disponibilidade de tempo para se dedicar à sua formação.
Economia – os valores das mensalidades no EaD são mais atrativos, pois o custo de uma estrutura presencial é extremamente alto para as instituições.
Inclusão – a praticidade e a economia citadas acima favorecem a inclusão de mais pessoas que buscam uma formação profissional e ascensão no mercado de trabalho, além de ter democratizado o acesso à educação ao atuar como meio facilitador para pessoas com deficiência e dificuldades de locomoção.
A acessibilidade, por sua vez, é algo que precisa ser melhorado. O acesso à internet, ainda não muito satisfatório no Brasil, ainda deixa a desejar no tocante à qualidade e à velocidade das conexões, o que pode dificultar o acompanhamento das aulas online.
No EaD, o modelo de negócio contempla os polos regionais. Os polos de educação a distância ou polo de apoio presencial é o local devidamente credenciado pelo MEC, no país ou no exterior, próprio para o desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância. É no polo que o estudante terá as atividades de tutoria presencial, biblioteca, laboratórios, teleaulas, avaliação (provas, exames, etc.) e poderá utilizar toda a infraestrutura tecnológica para contatos com a instituição ofertante e/ou participantes do respectivo processo de formação.
O polo regional tem o pulso da cidade e das pessoas. É aí que entra o poder de capilaridade das principais instituições de ensino. São nacionais, mas construídas por meio da presença regional. A Uninter, uma das maiores instituições de educação a distância do Brasil, tem mil polos de apoio presencial espalhados em mais de 700 cidades em todos os estados brasileiros.
Quando falamos de construir presença regional, precisamos olhar para as oportunidades de mídia regional, e isso o segmento de educação faz muito bem. É o setor líder em investimento publicitário no meio out-of-home, com 9% de participação, que entrega grande alcance e impacto nas conexões urbanas das pessoas em outdoor, mobiliários urbanos, metrô, busdoor e nos monitores de elevadores residenciais e comerciais. Tudo isso com estudos de geolocalização que cruzam o endereço dos polos com a jornada das pessoas, para um roteiro de mídia cada vez mais assertivo.
No rádio, que é a emoção da verdade, a educação ganha a credibilidade necessária para reforçar o seu poder transformador na vida das pessoas e na sociedade. Washington Olivetto, no recente evento de 30 anos da CBN, no Rio de Janeiro, disse: “O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas”. No mesmo evento, Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo reforçou: “A voz do comunicador traz o componente humano, da verdade”.
A lembrança de marca das instituições de ensino é construída aí, na mídia local e de massa. Depois segue o funil de vendas com o digital, fazendo o seu trabalho de conversão.
O EaD, que em dez anos cresceu mais de 300%, aproveitou a oportunidade chamada Brasil, com 95% das pessoas sem ensino superior, capacitou-se tecnologicamente e fez uma excelente lição de casa no marketing e na comunicação.
É a educação a distância diminuindo a distância da desigualdade no Brasil.
Leonardo Lazzarotto – CEO da Tailor Media
**Crédito da imagem no topo: Blue Planet Studio/Shutterstock
Disponível em: https://www.proxxima.com.br/home/proxxima/opiniao/2022/01/21/a-educacao-e-a-distancia-mas-a-midia-e-ali-na-esquina.html
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Websummit 2021 começa com novidades e polêmicas
Do alto das Amoreiras, com vista para a praça e estátua do Marquês de Pombal – um dos pioneiros do branding ao criar a primeira região vinícola demarcada do mundo – reúno os principais pensamentos compartilhados na noite de abertura do Websummit 2021.
Antes, porém, é importante observar que um dos principais eventos de tecnologia e inovação do mundo voltou com tudo depois da edição virtual de 2020. Com lotação ainda reduzida para garantir o recomendável distanciamento, já no dia de ontem havia vendido os 40 mil ingressos. Sold out, anunciou a organização do evento. Pelas ruas, lojas e restaurantes da cidade, gentes de todos os idiomas aguardavam ansiosas para conhecer os primeiros conteúdos do mega evento, no Altice Arena.
E já começou quente com a apresentação de Frances Haugen, a ex-funcionária do Facebook que revelou segredos da empresa. Haugen sugeriu que a rede social sabe dos malefícios causados por sua política de engajamento que estimula temas polêmicos, verdadeiros ou não e o ódio polarizador. A ex-funcionária, que já havia trabalhado em outras redes sociais, recomenda alterações em legislação e nas práticas da empresa, como mais transparência, para amenizar seus danos à sociedade.
Ainda sob a perspectiva do marketing e da comunicação, destaco a palestra de Nicolas Julia, Ceo e CoFounder da startup francesa Sorare. A empresa, avaliada em mais de U$4 bilhões, cresceu comercializando tokens não-fungíveis de jogadores de futebol. Os NFTs (expressão inglesa) são documentos digitais com garantia de procedência, o que permite que sejam comprados garantindo sua propriedade e poder de revenda.
No jogo criado pela Sorare, pessoas compram jogadores e montam seus times no mudo virtual. Todavia, seu sucesso depende de como os jogadores da vida real se comportam. Se, porventura, alguém comprou o Cristiano Ronaldo e ele vai bem no campeonato, seu passe no fantasy game se valoriza. Um negócio milionário. Segundo Julia, “NFT será a tecnologia líder em tudo o que tem valor na internet, seja valor financeiro, seja valor pessoal”. As possibilidades de negócios a partir das NFTs parecem ser realmente infinitas.
Primeira loja autônoma da Europa recebe visita da Missão Técnica Oasislab
A missão técnica brasileira, organizada pelo Oasislab, realizou exclusiva visita à primeira loja 100% autônoma da Europa. A unidade do supermercado Continente, batizada de Continente Labs, em Lisboa, recebeu tecnologia da start up portuguesa Sensei. Apenas um funcionário é necessário para repor as gôndolas. A loja tem centenas de sensores capazes de detectar a retirada de qualquer produto, sua devolução, ou mesmo descarte em outro local do estabelecimento.
Só se entra no Continente Labs passando o QR Code do aplicativo Continente no leitor que libera uma catraca como aquelas dos novos aeroportos. O pagamento é digital, pois para habilitar o app, o usuário precisa inserir um cartão de crédito válido. O Grupo Oasislab recebeu o founder e CEO da Sensei, Vasco Portugal, num evento exclusivo antes da visita e pôde conhecer de perto a tecnologia que pode ser adaptada a lojas já existentes e prepara seu desembarque no Brasil, muito em breve.
Escrito por Rodrigo Rodrigues: Presidente da OpusMúltipla e vice-presidente executivo do Grupo OM.
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O ESG no OOH
OOH moderno é esse que impacta como meio e com propósito nas suas ações sustentáveis
Depois de um 2020 muito difícil para o OOH, em 2021 o meio emerge com mais força, inovação e propósito. Sim, propósito. Isso porque, além da propulsão visual às campanhas, a mídia exterior também entrega impacto ambiental, social e governamental, características que, possivelmente, a tornam o meio de mídia mais engajado com o ESG (tradução do inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa – refere-se aos três fatores centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma empresa ou negócio).
Quando falamos da letra ‘E’ da sigla, de Environmental (ambiental), estamos nos referindo às práticas ambientais, ou seja, como a empresa procura reduzir o impacto ambiental com o seu negócio e se preocupa com questões como aquecimento global, emissão de carbono, eficiência energética, gestão de resíduos, poluição e recursos naturais.
Uma das questões ambientais relacionadas com o OOH, por exemplo, é a preocupação com o descarte das lonas (produto reciclável e matéria-prima do setor). Algumas empresas já vêm se responsabilizando pelo destino desse material, como a Favretto Painéis, que transforma os resíduos em vasos de flores e os distribui para as comunidades locais.
Com o mesmo viés de autorresponsabilidade, desde 2012, a Sinergy tem uma parceria firmada com a ONG Ciclo Reverso, que já qualificou 43 mulheres, vítimas de violência doméstica – de Gravataí e Viamão, no Rio Grande do Sul – a partir de programas de responsabilidade social, utilizando as lonas doadas pela empresa de OOH. Com o material, são produzidas bolsas, capas para tablets e notebooks, almofadas, lixeira para carro, estojos e porta-garrafas. Da massa que sobra dos resíduos, ainda são feitos vasos, porta-lápis e troféus. Cerca de 2 mil novos produtos são confeccionados por mês, sendo que parte da produção é absorvida pela própria Sinergy, que os utiliza como brindes ou doações a entidades assistenciais. Em 7 anos de parceria, mais de 30 toneladas de lona foram reutilizadas.
Já a letra ‘S’, de Social, é a parte que avalia como a empresa respeita seus parceiros: clientes, colaboradores e funcionários. Os temas envolvidos nessa pauta são inclusão e diversidade, direitos humanos, engajamento dos funcionários, privacidade e proteção de dados, políticas e relações de trabalho, relações com comunidades e treinamento da força de trabalho.
Em 2012, Emilia Rabello fundou o Outdoor Social, empresa em que o aspecto social vem como propósito da razão social, pois nasceu com o objetivo de levar campanhas publicitárias às comunidades, aumentar a renda dos moradores e gerar um forte impacto social. A partir da chegada do serviço de mídia, residências e estabelecimentos comerciais são transformados em pontos de fixação para placas publicitárias. A meta final é apresentar soluções completas de comunicação a empresas e órgãos públicos que querem atingir a população da periferia, mantendo o foco na economia positiva, sustentada em geração de renda e integração.
O projeto já beneficiou mais de 30 mil famílias de comunidades em todo o País. Ao todo, foram gerados mais de R$ 12 milhões em renda. Filiado ao Instituto Ethos, o Outdoor Social está presente em quase 11 mil pontos, em 23 estados e no Distrito Federal, com uma equipe direta e indireta de 25 mil pessoas.
Trazendo a aplicação da sigla para o momento pandêmico, é imperioso citar as empresas que estenderam a mão e seus ativos de mídia para os pequenos empresários, os que mais sentiram a dor da pandemia no balanço das empresas.
A Outdoormídia, nesse sentido, criou a campanha: “Pense grande, compre do pequeno”. Depois de um breve cadastro e avaliação, academias, restaurantes, salões de beleza e pequenos comércios ganharam um mês de veiculação gratuita nas telas de uma das empresas mais inovadoras de DOOH de Curitiba.
Em relação à Governança — última letra da sigla ESG —, por fim, o estudo mensura como a companhia adota as melhores práticas de gestão corporativa, como diversidade no conselho, ética e transparência, estrutura dos comitês de auditoria e fiscal, política de remuneração da alta administração e canal de denúncias.
Um dos cases a ser acompanhado nesse mercado é a Eletromidia, empresa que fez seu IPO e captou R$ 870 milhões. Para ela, o ‘G’, de Governança, está no dia a dia da gestão, mas o seu compromisso com o ESG está presente além da gestão do tripé ambiental, social e governança, mas também no produto.
A Estação Sustentável, da Vila Olímpia, na cidade de São Paulo, projeto batizado de Trilhos Verdes, recém-inaugurado em parceria com o Santander, é a materialização desse conceito. Além de trazer visibilidade à empresa, traz diferentes soluções sustentáveis, como: sistema de reaproveitamento de energia solar, captação da água da chuva, reuso de água de esgoto, bancos construídos a partir de materiais recicláveis e com carregadores para celular. O espaço conta ainda com painéis que informam os passageiros que circulam pela estação sobre a quantidade de água e energia que aquele espaço está economizando e também possui um admirável jardim vertical, que além de ajudar a amenizar a temperatura no local é irrigado com a água tratada proveniente dos banheiros da própria estação.
O contrato do projeto, entre o Santander e a Eletromidia, tem duração de cinco anos e envolve as instalações sustentáveis e todas as faces de mídia OOH presentes na Estação Vila Olímpia. A proposta do banco é utilizar essas peças publicitárias para comunicar o sobre o caráter sustentável das instalações e detalhar as mudanças que foram realizadas no local em prol da preservação ambiental e de recursos.
Para além do território nacional, o OOH tem players internacionais e empresas listadas na bolsa que operam no mercado brasileiro, as quais tratam o ESG como o novo normal. Marina Cançado, sócia da XP Inc. e Head de Sustainable Wealth na XP Private, relata: “Já que os investidores perceberam um mundo cada vez mais complexo e acelerado, é fundamental compreender como as empresas lidam com os fatores sociais e ambientais. Isso porque inúmeros estudos indicam que empresas com fortes atributos de sustentabilidade têm uma performance superior ao longo do tempo. Sem contar que cada vez mais cresce a consciência de que ao investir estamos moldando a realidade e, com isso, a busca por investimentos que gerem rentabilidade associada à impacto positivo no mundo [cresce]”. (fonte: Startse)
O OOH moderno é esse que impacta como meio e com propósito nas suas ações sustentáveis.
Por Leonardo Lazzarotto, CEO da Tailor Media e VP de Relações com o Mercado do Grupo OM
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I Love Haters
Os chatos sempre existiram, desde os primórdios da humanidade. Mas agora, na era da Santa Inquisição Digital, eles foram empoderados com teclados e câmeras, ganhando espaço infinito no universo paralelo das redes sociais.
E o pior é que esses “Torquemadas modernos”, que incendeiam a internet com agressões de todos os calões, são sustentados por uma legião de seguidores, que alimentam o discurso de ódio com curtidas e comentários de apoio sempre que a vítima é um herege distraído, navegando pelo lado oposto de seus credos. E o mesmo acontece na contramão. Se há uma lição que aprendemos nestes tempos de extrema polarização política, é que a intolerância é ambidestra.
Com as marcas, não é diferente. Estão sujeitas a toda sorte de linchamento virtual a qualquer momento, por qualquer deslize de conduta ou da comunicação. Se considerarmos que sites e fanpages são as sedes das empresas na internet, nada justificaria o comportamento de alguns consumidores que, frustrados com o desempenho de produtos ou com a atitude de diretores, invadem seu espaço digital para ofender e difamar. Difícil imaginar o mesmo na sede física da empresa, ou seja, alguém entrar chutando a porta, gritando, xingando e ainda cuspir no chão ao sair. Mas, protegidos pela tela do celular ou do computador, sabem que podem até perder a compostura, mas não perderão os dentes ao serem abordados por algum segurança. Será que essas mesmas pessoas falariam mal da Harley Davidson em um encontro de Hells Angels? Enfim, as pessoas precisam aprender que, independentemente do meio de expressão, a educação, aquela que recebemos em casa desde pequenos, vale para tudo.
Particularmente, acho positiva essa manifestação do lado negro da força no ambiente mercadológico. Sempre achei, desde quando caminhava pelo mais longínquo território do off-line, onde nasci e me criei como profissional. Acredito que a “polêmica” é o quinto “P” do marketing, quando bem administrada pode render uma exposição enorme para a mensagem, de forma espontânea e gratuita. Aprendi isso fazendo campanhas de prevenção da Aids para o Ministério da Saúde, nos idos de FHC. A questão era (e é) dogmática. Mesmo se fizéssemos um comercial apenas com a frase “Neste Carnaval, use camisinha” sobre fundo branco, haveria contestação de setores mais conservadores da sociedade. Por diversas vezes, lancei campanhas em clima de apedrejamento verbal, tendo que enfrentar fanáticos religiosos pessoalmente ou por telefone, sempre que dava uma entrevista no rádio ou na TV.
Já que esse tipo de reação era inevitável, fazíamos campanhas ainda mais ousadas e polêmicas, com filmes de grande impacto. Em uma ocasião, estávamos produzindo um comercial cuja ideia era mostrar o depoimento de uma garota que falava com alguém em especial da audiência: o parceiro desconhecido com o qual tinha mantido relações sexuais no último Carnaval, depois de beber um pouco além da conta. Ela fazia um alerta olhando direto para a câmera: “Se você é o cara com quem fiquei naquela noite, acho bom fazer o exame de HIV. Porque eu não sei se peguei ou se passei o vírus para você”. Pedimos para a produtora escolher uma boa atriz entre 20 e 25 anos, sem mais detalhes. Quando mostraram o teste de elenco, a melhor atriz era uma negra, que desempenhou o papel de maneira emocionante e por isso era a recomendação do diretor. Na mesma hora, alguns profissionais da agência já previram o problema.
Quando apresentamos ao cliente, começou a discussão. Diziam que pela primeira vez iriam mostrar alguém supostamente soropositivo na TV e o fato de ela ser negra iria sugerir algum tipo de preconceito. O imbróglio só terminou quando resumi a situação a uma questão muito simples: “Quer dizer que estamos excluindo a melhor atriz só pelo fato de ela ser negra?” O silêncio durou alguns segundos. Não havia resposta aceitável para esse tipo de injustiça e o comercial foi produzido e levado ao ar. No dia seguinte, recebemos uma notificação da Associação Brasileira dos Negros Progressistas, exigindo que fosse suspensa a veiculação. O caso foi parar em um debate na TV. Ainda nos camarins, o presidente da tal entidade veio a mim se justificando. Disse que achava o comercial excelente, mas que não podia deixar de aproveitar a oportunidade para discutir publicamente a questão do preconceito racial no país. Nesse caso, ganharam todos: a ONG, a atriz, a agência e a saúde pública. A campanha teve uma repercussão equivalente a 5 vezes o valor investido na mídia.
A diferença é que nos meios digitais a velocidade é instantânea. Participei de alguns embates, apanhei de vários haters até pegar o jeito e descobrir alguns truques, que sempre repasso para minhas equipes e alunos:
1 – Não assumir a culpa se tiver a convicção de não a possuir (e o contrário é ainda mais verdadeiro);
2 – Ser rápido nas respostas e não fugir de nenhuma questão;
3 – Embasar os argumentos com critérios técnicos ou estatísticos;
4 – Nunca apoiar quem estiver defendendo seu ponto de vista (passa a ideia de que ele ou ela é inteligente e os outros não);
5 – Jamais perder a paciência e a educação.
Grandes empresas já descobriram a força de uma boa polêmica para sua imagem de marca e utilizam isso em suas estratégias. O segredo é avaliar antes todas as possíveis reações e se preparar para elas, com respostas previamente estudadas e definidas. Mas algumas corporações ainda possuem um protocolo digital evasivo, escapista até. Em caso de qualquer problema nas redes sociais, a orientação é pedir desculpas e retirar o post do ar. Além de ser uma postura covarde, essa estratégia abre mão de todas as vantagens de uma discussão saudável sobre o tema, que pode ampliar a visibilidade da marca e a manifestação de seus defensores. Muitas vezes, abrem mão da razão ou de um ponto de vista defensável apenas para fugir da briga. Não me parece uma atitude sensata. Nem na internet, nem na vida.
Por Renato Cavalher, Head of Creative Strategy do Grupo OM
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Rádio e celular, a combinação perfeita
Se é bom para ouvinte, é bom para emissora, é bom para o anunciante
Na nossa cultura popular, existem combinações perfeitas e, muitas vezes, uma não vive sem a outra. Do arroz com feijão, do queijo com goiabada, do Chitãozinho com Xororó e, até no futebol, o clássico Grenal. No mundo do consumo de mídia, também temos combinações perfeitas e uma delas é o rádio com o celular.
O rádio sempre foi mobile, acompanhava a geração dos anos 1950 ao pé do ouvido nos estádios de futebol, nos anos 1980 virou febre nos walkmans e, em 2000, com o senso estético de Steve Jobs e o design da Apple, o iPod veio para dar mais charme e solidificar o comportamento do consumo de áudio em movimento.
Em pesquisa recente do Kantar Ibope Media, 78% dos brasileiros ouvem rádio. Desses, 3 em cada 5 escutam rádio todos os dias e passam 4 horas e 41 minutos diariamente consumindo o meio. O aparelho ainda tem a maior participação, pois 81% consomem o meio através do modelo tradicional, que inclui o rádio do carro, 3% ouvem pelo computador, 4% em outros equipamentos, mas o futuro está no celular, com 23% de share.
Os celulares de ontem são os smartphones de hoje, computadores na palma da mão com recursos para fotografar, acessar e-mails, bancos, redes sociais, documentos e até fazer uma ligação, se necessário. Pesquisa da FGV aponta mais de um smartphone por habitante no Brasil. Ao todo, são 234 milhões aparelhos.
Essa revolução tecnológica possibilitou mais acesso e, consequentemente, mais consumo de dados, mas, o se o rádio é de graça, por que eu teria que gastar meu pacote de dados para ouvir minha emissora favorita? No Brasil, ainda temos 113,5 milhões de celulares pré-pagos.
Em maio deste ano, o Ministério das Comunicações assinou portaria sobre FM nos celulares, um desejo antigo do setor de radiodifusão. Cerca de 90% dos celulares do Brasil têm rádio, mas, em grande parte, o recurso não está ativado. Com a portaria, o sinal liberado no celular vai chegar a quem vive nas zonas mais remotas, sem necessidade de conexão ou consumo da franquia de dados.
Vale lembrar que somos um país com dimensões continentais e o acesso à banda larga no Brasil ainda está longe de se tornar realidade. Um dado da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios) aponta que cerca da metade da população brasileira temacesso à internet e que a desigualdade digital é grande. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) mostra que o Brasil está em 74a. posição no ranking mundial de conectividade.
A regulamentação ficará a cargo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e assegurará a recepção FM nos smartphones como já acontece em vários países. O que fará com que o rádio continue sendo o meio mais rápido e próximo da população brasileira.
Se é bom para ouvinte, é bom para emissora, é bom para o anunciante. Agora, o Seu Farias, lá de Santana do Livramento, na Campanha Gaúcha, vai poder ouvir o Grenal, no seu smartphone, sem gastar seu pacote de dados.
*Leonardo Lazzarotto é CEO da Tailor Media e VP de Relações com o Mercado do Grupo OM.
Disponível em: https://www.proxxima.com.br/home/proxxima/opiniao/2021/05/27/radio-e-celular-a-combinacao-perfeita.html
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Onde estamos
Sua marca fala com o Brasil com “s”?
Em 1982, Rita Lee e João Gilberto gravaram a música “Brasil com S”:
“Terra de encanto amor e Sol
Não fala inglês nem espanhol
Quem te conhece não esquece
Meu Brasil é com S”.
Desde então, a tecnologia evoluiu, proporcionando às empresas e aos consumidores o livre comércio das mercadorias entre oriente e ocidente, permitindo que muitas marcas já nasçam globais. Esse é o mundo do Brazil com Z, o país da exportação, do turismo, das cidades globais como São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras.
Ainda que se reconheça as grandes vantagens desse país global, é importante lembrarmos a coexistência de um Brasil profundo, rico, com sua terra e sua gente, que move a economia e está cheio de potencial de consumo. Esse é o Brasil com S, e é sobre ele, para ele e por ele que as marcas nacionais devem prestar mais atenção.
O Brasil com S é gigante por natureza, concentra a riqueza do agronegócio, em que a moeda não é o real e, sim, a saca de soja. É desbravador na extração de petróleo, que fez o PIB per capita crescer nas cidades do interior. É, também, exuberante na sua cultura popular, muitas vezes esquecida dos grandes centros urbanos.
O Brasil com S está cada vez mais participativo no produto interno bruto nacional, com o aumento do número de municípios de menor PIB ganhando participação em relação aos de maior. Em 2002, por exemplo, 48 municípios concentravam quase a metade do PIB (49,9%). Já em 2018, foram necessários 71 municípios para alcançar esse mesmo percentual.
E as marcas nacionais e suas agências, como estão avaliando o potencial de consumo desse Brasil, formado por vários Brasis? Aqui é que entra a mídia regional e a adequação da comunicação correta para esse país com S.
Falar de mídia regional é tratar da capacidade das campanhas nacionais chegarem a esses mercados com mais pertinência e relevância. Já não cabe a mesma mensagem “NET” para 5.570 municípios brasileiros, nem utilizar o mar aberto da internet para criar essa relação. Uma campanha regional precisa ser presencial, tem que estar na cidade!
Para isso, a mídia exterior é fundamental, pois ela aproxima a marca com a cidade, que passeia por suas ruas e esquinas. Hoje, com as modernas soluções de geolocalização e dados, é possível planejar e fazer a gestão de mídia OOH nas cidades mais remotas do Brasil.
Com o rádio, a marca se conecta com intimidade, por meio dos seus locutores, com a comunidade local. Para a segurança dos anunciantes, a tecnologia trouxe o streaming, que possibilitou softwares de monitoramento e checking acompanharem em real time a veiculação dos spots, garantindo, assim, uma auditoria completa na campanha.
Nos portais de notícias e jornais da região, a imprensa faz seu papel de cobrir e informar a sociedade, sendo também um porto seguro de notícias para as campanhas dos anunciantes. Nos EUA, infelizmente, com o duopólio do Google e Facebook, mais de 1.800 jornais locais foram a falência, criando um “Deserto de Notícias”. Uma região sem imprensa é uma região abandonada, sem fiscalização, sem voz.
Aqui no Brasil, existem centenas de jornais regionais que, com todas as adversidades, fazem esse trabalho em prol dos munícipios.
Nesse desafio, que é planejar mídia regional e saber se comunicar de forma correta com cada microrregião deste imenso país, vale destacar algumas marcas nacionais que fazem de maneira muito acertada esse trabalho. A TIM é um exemplo, pois sempre cria campanhas que realmente falam o sotaque da praça, além de trabalhar o mix de mídia regional com criatividade e pertinência.
O Boticário, da mesma maneira, desenvolve brilhantemente sua operação de comunicação regional com os mais de 4 mil franqueados, criando, a cada 15 dias, alguma ação de mídia ou promo que está acontecendo na região.
As cooperativas financeiras como Sicredi e Sicoob, por suas vezes, são o retrato desse Brasil com S, local, regional, com moral.
É tempo de voltar há 38 anos para olhar esse lindo Brasil, que Rita e João Gilberto já cantavam.
“Que terra linda assim não há
Com tico-ticos no fubá
Quem te conhece não esquece
Meu Brasil é com S”.
Leonardo Lazzarotto :: CEO da Tailor Media
Disponível em Propmark
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Máquinas que sentem
Como usar a tecnologia para promover uma conexão humana mais profunda
Há pelo menos duas décadas, a inteligência emocional ou QE (quociente emocional) vem ganhando a atenção das corporações na hora de contratar ou promover seus executivos e gestores. Mas quem imaginava que nos últimos 20 anos também houvesse gente estudando a sua aplicação no mundo virtual? Quem vem liderando essas pesquisas é a Dra. Rana el Kaliouby, ph.D. em aprendizado de máquinas e estudiosa da humanização da tecnologia. Ela trabalhou com o Media Lab do MIT na missão de construir a inteligência artificial emocional e foi a palestrante de um dos painéis mais esperados do SXSW.
Na opinião dela, a inteligência artificial já está se tornando popular, assumindo funções que tradicionalmente eram feitas por humanos, mas passa por uma crise de confiança. Há dúvidas se as organizações estão implantando esses sistemas de forma correta e responsável, dentro do que ela chama de “economia empática”. Quando as empresas pensam em IA, o foco é na automação, produtividade e eficiência, ninguém está realmente pensando em como trazer a tecnologia de uma forma que promova uma conexão humana mais profunda.
Mesmo antes da pandemia, grande parte da nossa comunicação se dava de forma digital, sendo que menos de 10% era baseada na escolha precisa das palavras e mais de 90% era feita de modo não verbal, dividida entre expressões faciais, gestos com as mãos, linguagem corporal e entonação de voz. Agora, novas tecnologias estão sendo incorporadas para captar esses sinais, decifrar as emoções envolvidas e transformá-las em dados que podem nutrir o aprendizado das máquinas. Os primeiros testes dessa tecnologia foram aplicados no autismo, como forma de ajudar na conexão emocional com crianças que lutam para entender o não verbal e, inclusive, evitam o contato visual. Utilizando o Google Glass, foi possível ler as expressões e gamificar as interações, oferecendo um sistema de pontuação a cada contato visual. “As crianças simplesmente amaram isso”, contou a pesquisadora.
No MIT Media Lab, o programa hospedou mais de 500 empresas que expressaram interesse em implantar a tecnologia de alguma maneira. Só quando a lista foi reduzida a 20 empresas é que a Affectiva, empresa fundada por Rana, saiu do MIT e começou a fase avançada de testes para envolver e compreender melhor os consumidores. “Fizemos uma pesquisa em 90 países ao redor do mundo, medimos as respostas de mais de 10 milhões de pessoas que concordaram em ligar a câmera enquanto interagiam com suas telas ao serem impactadas por mais de 50.000 anúncios em vídeo”.
Foram analisadas as reações cruzadas entre o compartilhamento de conteúdos nas redes sociais com o comportamento real de compra para entender como essa jornada emocional correlaciona a viralidade com a intenção de consumo e até mesmo com a lealdade à marca. Mas não é tão simples assim. No ano passado, durante a pandemia, testaram campanhas publicitárias dos principais anunciantes do mundo e descobriram que a empatia de ocasião não é suficiente para criar afinidade com a marca. É preciso que ela esteja alinhada com os propósitos verdadeiros da empresa.
Existem empresas que estão integrando esse tipo de tecnologia aos call centers, que lidam com níveis elevados de frustração e raiva, facilmente identificados pelo recurso da voz. Nesse sentido, também os assistentes de voz, como Alexa, Google e Siri, estão se valendo desse recurso. Com o home office, outro fenômeno surgiu. Nas relações virtuais, é muito difícil ter uma noção clara de quem está motivado, quem está estressado e quem está à beira de um esgotamento físico. Como ter certeza de que estão todos mentalmente saudáveis? Com a interface da tecnologia, é possível identificar sinais de ansiedade, estresse, depressão e agir preventivamente para evitar o pior.
Enfim, existe uma infinidade de aplicações possíveis para conferir sensibilidade emocional às máquinas e torná-las onipresentes em nossas vidas. Mas é preciso garantir que isso seja feito da maneira certa, com responsabilidade, levando em conta todas as implicações éticas e morais para que essa tecnologia não seja desenvolvida de forma tendenciosa. Para garantir isso, já foi criada uma organização chamada Partnership on AI, da qual fazem parte gigantes da tecnologia, como Google, Microsoft, Amazon, Facebook, IBM e outras organizações de liberdades civis, para tentar articular quais são as consequências não intencionais, prever o que pode dar errado e elaborar uma regulamentação cuidadosa para proteger empresas e consumidores.
Melhor torcer para que o bom senso prevaleça e os anunciantes tenham ainda mais sensibilidade do que as máquinas para entender o momento de cada consumidor e oferecer os produtos certos nas horas certas.
Autor: Renato Cavalher
Publicado originalmente no Meio&Mensagem, em 19 de março de 2021.