Cynefin framework: como aplicar o modelo para decisões estratégicas

Tomar decisões no marketing nunca foi tarefa fácil. A aceleração digital trouxe mais dados, mais canais e mais possibilidades, mas também trouxe mais incerteza. O comportamento do usuário muda rápido. As plataformas alteram algoritmos sem aviso. As demandas internas crescem.

E a pressão por performance aumenta. Em meio a tudo isso, muitos profissionais percebem que não é a falta de conhecimento que trava o crescimento. O que costuma prejudicar a estratégia é a falta de clareza sobre o tipo de problema que o time está tentando resolver.

Esse é o ponto onde o Cynefin Framework se torna uma ferramenta essencial. Ele ajuda a classificar cenários antes de agir, o que evita decisões precipitadas, priorizações equivocadas e testes que não fazem sentido. Para quem atua em growth, SEO, mídia paga ou marketing de conteúdo, entender o contexto é tão importante quanto dominar a técnica. E o Cynefin oferece exatamente essa lente.

Neste artigo, vamos explicar por que esse modelo ganhou espaço em áreas que precisam equilibrar análise e velocidade! 

Vamos lá?

O que é o Cynefin Framework?

O Cynefin Framework é um modelo de tomada de decisão que organiza as situações em diferentes tipos de contexto. Ele parte do princípio de que cada ambiente exige um tipo de raciocínio. Em outras palavras, não existe uma lógica única para resolver tudo. Quando times aplicam sempre a mesma abordagem, independentemente do tipo de problema, os erros aparecem.

O framework divide a realidade em cinco domínios. Cada um deles representa um nível de previsibilidade, o que altera tanto a forma de analisar quanto a forma de agir. Para profissionais de marketing que lidam com comportamento humano, dados incompletos e plataformas em constante evolução, essa organização ajuda a acelerar decisões estratégicas e a reduzir ruído entre áreas.

Essa é justamente a diferença entre testar por testar e testar com finalidade, analisar quando faz sentido e agir quando o contexto exige rapidez. Entender o domínio evita o desperdício de energia em debate quando o caminho pede experimentação e evita improvisação quando o problema precisa de precisão técnica.

Com essa base, vale olhar como esse modelo surgiu e por que ele se encaixa tão bem no marketing atual.

Como surgiu o Cynefin Framework?

O Cynefin foi criado por Dave Snowden, pesquisador que percebeu algo simples, porém profundo. A maioria das decisões organizacionais era tratada como se o mundo fosse sempre previsível. No entanto, ele observou que muitas situações não seguem lógica linear. As pessoas, os processos, as variáveis externas e as mudanças culturais criam ambientes onde causa e efeito não são tão claros.

A partir dessa percepção, Snowden estruturou o Cynefin como um mapa para navegar por realidades diferentes. Ele não pretendia entregar uma solução definitiva, mas um modelo mental que ajudasse líderes a escolher o raciocínio certo para o contexto certo.

Com a evolução das metodologias ágeis, a explosão de dados e o crescimento do marketing digital, o Cynefin encontrou espaço natural. Hoje, ele é amplamente utilizado para orientar decisões em áreas que lidam com ritmo acelerado de mudança, como growth, comunicação integrada e mídia. Ele funciona como uma bússola estratégica em tempos de excesso de informação.

Quais são os cinco domínios do Cynefin Framework?

Agora que você entendeu a origem, fica mais simples mergulhar nos domínios e perceber como eles funcionam na prática.

Antes de aplicar o Cynefin no dia a dia, é importante entender como ele organiza a realidade. O modelo não funciona como uma fórmula fixa, e é justamente isso que o torna tão útil para quem atua em marketing.

Cada situação exige um tipo de leitura, e essa leitura muda conforme novas informações chegam ou conforme o comportamento do público evolui. Em outras palavras, você só toma boas decisões quando entende em qual tipo de cenário está pisando.

E é aqui que os cinco domínios do Cynefin entram em cena. Eles servem como um mapa para identificar a natureza do problema e, a partir disso, escolher o raciocínio adequado. Depois que essa chave vira, tudo entra no lugar.

Conheça cada um deles:

1. Domínio Óbvio ou Simples

O domínio simples é o mais estável e previsível. É aqui que vivem os processos que já estão validados e que dependem mais de consistência do que de criatividade. Existe uma relação direta entre causa e efeito e o risco é baixo.

Na prática de marketing, esse domínio aparece quando o time executa atividades como:

  • atualizações básicas em páginas já otimizadas
  • relatórios padronizados
  • automação de e-mails já testada
  • publicações programadas com formatos consolidados

Esse não é o espaço para reinvenção. É o espaço para manter o que funciona. O maior risco nesse domínio é supercomplicar algo que deveria ser simples.

Quando a equipe trata um processo simples como se fosse complexo, ela perde velocidade. E no marketing, velocidade é vantagem competitiva.

2. Domínio Complicado

No domínio complicado ainda existe causa e efeito, mas não de forma tão óbvia. A solução existe, porém, depende de conhecimento técnico e de análise especializada. É o domínio da expertise.

Exemplos desse tipo de cenário incluem:

  • auditorias de SEO que exigem leitura de logs e arquitetura
  • diagnósticos de queda de conversão
  • modelagem de atribuição em mídia paga
  • configurações avançadas de analytics
  • planejamento de campanhas com múltiplos públicos e canais

Aqui, não basta seguir um checklist. É necessário interpretar dados, buscar referências, usar experiência e decidir com base em evidências. É também onde uma agência de marketing com forte capacidade técnica faz diferença.

Confundir esse domínio com complexidade é um erro comum. Quando o time tenta experimentar antes de analisar, acaba desperdiçando verba e tempo.

3. Domínio Complexo

O domínio complexo é onde grande parte do marketing vive. Aqui não existe relação clara entre causa e efeito. O comportamento só se revela depois de experimentos. Por isso, não existe resposta pronta. Não existe modelo totalmente replicável. E não adianta tentar prever tudo.

Cenários complexos são ideais para:

  • testes A/B com hipóteses novas
  • novas estratégias de conteúdo que dependem da resposta do público 
  • exploração de novos canais de aquisição
  • SEO para temas emergentes
  • campanhas de awareness com variáveis inéditas

A abordagem recomendada é experimentar, observar e ajustar. A lógica é aprender com o movimento. Isso não significa agir de forma impulsiva. Significa testar com método, medir, interpretar e iterar.

É também o domínio onde growth marketing se destaca, porque valoriza ciclos rápidos de aprendizado. Aqui, velocidade combinada com boas hipóteses gera vantagem.

4. Domínio Caótico

O caos acontece quando o ambiente está tão instável que não existe possibilidade imediata de análise. A única resposta possível é agir rápido para estabilizar. Só depois, quando o ambiente está sob controle, é possível investigar.

Esse cenário aparece no marketing quando:

  • uma crise estoura nas redes sociais
  • o site cai durante uma campanha de alto investimento
  • uma mudança de algoritmo derruba tráfego orgânico ou pago
  • a performance de mídia sofre queda súbita sem explicação inicial
  • um bug crítico afeta a experiência do usuário

A única estratégia possível é agir. A análise vem depois. E a comunicação integrada precisa estar alinhada, já que decisões isoladas tendem a aumentar o impacto negativo.

Na cultura de growth, esse domínio ensina uma lição valiosa. Nem tudo é teste. Nem tudo é análise. Às vezes é questão de sobrevivência.

5. Domínio Desordem

A desordem aparece quando o time não sabe em qual domínio o problema se encaixa. Ela surge quando há falta de informações suficientes, conflitos entre dados, divergências internas ou múltiplas interpretações sobre o mesmo cenário.

É o domínio típico de equipes sobrecarregadas ou organizações que ainda estão aprendendo a lidar com priorização. Nesse contexto, a melhor estratégia é decompor o problema. Ao dividir em partes menores, fica mais simples identificar qual domínio se aplica a cada aspecto.

Muitas empresas só conseguem avançar quando clareiam essa etapa inicial. E é aqui que consultorias e agências conseguem contribuir significativamente, trazendo visão externa para organizar prioridades.

Com os domínios compreendidos, o próximo passo é ver como esse modelo transforma o trabalho dos times de marketing.

Quais são os benefícios de usar o Cynefin Framework?

O maior diferencial do Cynefin não é o mapa em si, mas a maturidade que ele cria. Ele muda a forma como profissionais discutem problemas, priorizam demandas e escolhem caminhos. É uma ferramenta de alinhamento mental que melhora decisões individuais e coletivas.

Quando equipes de growth, SEO, mídia paga e marketing de conteúdo usam o modelo, existe mais precisão e menos ruído. O Cynefin não acelera apenas o trabalho. Ele melhora a qualidade dele.

Conheça os benefícios! 

1. Diagnóstico antes da ação

O Cynefin evita um erro comum no marketing: resolver rápido demais algo que ainda não foi compreendido. Quando o time classifica o domínio primeiro, ele reduz drasticamente o risco de decisões equivocadas.

Essa clareza diminui retrabalho e aumenta a confiança na tomada de decisão.

2. Menos desperdício de recursos

Quando o domínio é claro, o tipo de esforço também fica claro. O time sabe exatamente quando vale testar, quando vale analisar profundamente e quando vale simplesmente executar o básico bem feito.

Esse entendimento economiza tempo, verba e energia. Para equipes que trabalham com metas agressivas, isso faz enorme diferença.

3. Mais alinhamento entre SEO, mídia paga, conteúdo e comunicação integrada

Cada área do marketing opera com lógicas diferentes. O Cynefin cria uma linguagem comum que facilita conversas entre áreas. Isso reduz conflitos internos e acelera a capacidade de responder rapidamente ao mercado.

4. Cultura de experimentação mais inteligente

No domínio complexo, testar é natural. Mas testar com intenção e método é o que realmente gera aprendizado. O Cynefin orienta essa diferenciação. Ele impede experimentos aleatórios e incentiva ciclos de teste orientados por hipóteses.

5. Agilidade 

Agilidade não é sinônimo de velocidade. É sinônimo de adaptação. Quando o time entende o domínio, ele sabe se deve acelerar, aprofundar ou experimentar. Isso evita decisões apressadas e decisões lentas demais.

6. Comunicação mais clara

Quando todos usam o mesmo modelo mental, discussões ganham objetividade. As justificativas ficam mais estratégicas e as decisões deixam de ser baseadas apenas na opinião de quem fala mais alto.

7. Maturidade organizacional

Com o tempo, o Cynefin ajuda a criar uma cultura de decisões mais conscientes. Problemas deixam de ser tratados como urgências permanentes. O time desenvolve repertório para navegar tanto a estabilidade quanto a complexidade. E isso aumenta a resiliência da organização.

Como você deve ter notado, tomar decisões melhores é um processo constante. Se quiser seguir evoluindo sua forma de analisar contextos e estruturar estratégias, continue acompanhando o blog do Grupo OM!

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Matriz RFM: como usar recência, frequência e valor no marketing

A crescente competitividade dos mercados digitais exige mais precisão do que intuição. E quando falamos de growth, e-commerce e estratégias orientadas por dados, a matriz RFM se torna uma das ferramentas mais valiosas para entender quem realmente impulsiona o faturamento. Esse modelo, apesar de simples à primeira vista, abre portas para decisões mais inteligentes, campanhas mais eficientes e operações de marketing e vendas que convertem com consistência.

À medida que o CRM se torna um centro de inteligência e que o SEO passa a dialogar diretamente com jornadas personalizadas, a RFM ganha ainda mais relevância. Ela destrava segmentações detalhadas, revela padrões de consumo e ainda orienta a construção de experiências muito mais estratégicas para cada tipo de cliente. 

Para entender por que tantas empresas, consultorias e agência de marketing adotam esse método, mergulhamos com profundidade no que está por trás de seus três pilares.

Vamos lá?

O que é matriz RFM?

A matriz RFM é uma metodologia utilizada para segmentação de clientes com base em três variáveis fundamentais: recência, frequência e valor monetário. O modelo nasceu para ajudar empresas a identificar quais consumidores merecem mais atenção, quais estão se afastando e quais têm um potencial de crescimento ainda pouco explorado. 

O diferencial da RFM não está apenas nas variáveis em si, mas na forma como elas revelam o comportamento real do público. Cada letra abre uma porta específica para interpretar dados que já existem no CRM, mas que muitas vezes estão subutilizados ou desconectados das prioridades do marketing.

Ao unir esses indicadores, é possível criar uma visão clara sobre quem está próximo da marca, quem já não compra há meses, quem tem alto tíquete médio e quem faz compras pequenas com grande repetição. Cada combinação representa um tipo de comportamento e, por consequência, uma necessidade estratégica.

Isso significa que, antes de pensar em campanhas, ofertas ou ativações, a RFM ajuda o negócio a enxergar o cenário completo. Com essa base sólida, os movimentos de marketing passam a ter direção, as ações de vendas se tornam mais eficientes e o time comercial ganha inteligência para atuar com foco real em impacto.

Recência (R)

Recência se refere ao tempo que passou desde a última compra do cliente. Esse indicador é essencial porque reflete o quão “quente” está o relacionamento com o consumidor. Quanto mais recente a compra, maior a probabilidade de que ele interaja novamente. Essa lógica se mantém estável em praticamente todos os setores, do varejo físico ao e-commerce, passando por serviços, educação e até assinaturas.

Do ponto de vista estratégico, a recência permite identificar quem está mais propenso a revisitar a marca. Ela também aponta clientes que precisam de estímulos de marketing antes de migrarem para a zona de risco, quando o engajamento se perde e a retomada passa a exigir mais investimento. No CRM, essa visão costuma ser um dos primeiros passos para entender a saúde da base.

Outra vantagem é que a recência ajuda a equilibrar o calendário de campanhas. Se o time percebe que clientes com recência alta respondem melhor a ofertas complementares e upgrades, já é possível criar uma régua automatizada para aproveitar esse comportamento. Em contrapartida, consumidores com recência baixa podem ser reengajados com conteúdos personalizados, ações de relacionamento e incentivos mais direcionados.

Frequência (F)

A frequência avalia quantas compras o cliente realizou em um determinado período. Ela não mede apenas repetição, mas a força do hábito de consumo. Clientes de alta frequência sustentam grande parte da previsibilidade de receita e, muitas vezes, são verdadeiros advogados da marca.

Quando analisamos frequência com profundidade, percebemos que ela indica mais do que lealdade. Ela aponta também quais categorias o cliente tem preferência, qual é o comportamento de reposição e até quais produtos funcionam como porta de entrada. Em operações de CRM que trabalham com modelos de recomendação, essa informação alimenta personalizações avançadas.

A frequência também é determinante na segmentação de campanhas. Clientes que compram pouco, mas demonstram alto potencial de crescimento, podem ser abordados de forma diferente daqueles que já têm uma relação madura com a marca. Para o marketing, isso reduz desperdício de verba. Para o time de vendas, amplia as oportunidades de cross-sell e upsell.

Valor Monetário (M)


O valor monetário representa o quanto o cliente gastou no período analisado. Ele costuma ser o pilar mais intuitivo da RFM, mas também é o que mais impacta as estratégias comerciais. Clientes de alto valor são os que sustentam grande parte do faturamento e, por isso, merecem abordagens diferenciadas.

Ao analisar o valor monetário, não basta olhar para o tíquete médio isoladamente. É importante observar o histórico de investimentos do cliente, sua sensibilidade a preço, sua propensão a produtos premium e até sua jornada dentro da marca. Empresas que utilizam a RFM de forma madura agrupam consumidores de alto valor em clusters que recebem conteúdos segmentados, ofertas exclusivas e ações de relacionamento específicas.

Outra vantagem desse indicador é a capacidade de prever comportamento futuro. Quanto mais consistente o valor monetário, maior a confiabilidade do modelo em identificar clientes de longo prazo. Para negócios que trabalham com LTV, a RFM é praticamente indispensável.

O que é Análise RFM?

A Análise RFM é o processo de transformar os dados de recência, frequência e valor monetário em classificações que ajudam a segmentar a base de clientes. Em vez de olhar cada variável de forma isolada, a análise cruza os três indicadores para formar grupos homogêneos que representam comportamentos semelhantes.

O resultado são clusters que variam desde clientes VIP até consumidores em risco, clientes que estão retornando após longo período, compradores ocasionais e até carrinhos promissores que ainda não se converteram em alta frequência. A Análise RFM, portanto, é a evolução operacional da matriz.

O processo começa pela atribuição de pontuações. É comum utilizar escalas de 1 a 5, onde 5 representa o melhor cenário para cada indicador. Clientes com alta recência, alta frequência e grande valor monetário têm pontuações 5-5-5. Já consumidores que não compram há muito tempo, compram pouco e gastam pouco receberão classificações menores.

Quando o negócio atinge maturidade em CRM, a Análise RFM passa a conversar diretamente com automações, fluxos de lifecycle e até estratégias de SEO orientadas por comportamento. Isso acontece porque entender quem é o cliente e em qual fase ele está permite criar conteúdos mais precisos, que melhoram performance orgânica e constroem autoridade.

Além disso, a Análise RFM revela oportunidades que muitas vezes passam despercebidas. Um grupo de clientes pode ter baixa recência simplesmente por falta de estímulo, enquanto outro pode ter baixa frequência por encontrar barreiras na jornada. Essas nuances orientam ajustes finos no funil, tornando marketing e vendas mais alinhados.

6 estratégias de marketing para utilizar com RFM

A matriz RFM não é um relatório estático. Ela se desdobra em ações práticas que melhoram conversão, retenção e rentabilidade. Cada cluster pode receber uma abordagem personalizada, fortalecendo o relacionamento e reduzindo custos de aquisição. 

Para exemplificar, trouxemos 06 estratégias consolidadas que utilizam RFM de forma inteligente.

1. Campanhas para clientes VIP

Clientes com recência alta, frequência consistente e valor monetário elevado representam o núcleo mais valioso da base. Aqui, o foco é reforçar relacionamento e elevar o LTV. É possível criar experiências exclusivas, acesso antecipado a coleções ou produtos, vantagens de serviços ou programas de fidelidade premiados.

Essas ações mantêm o engajamento e evitam que o cliente migre para concorrentes. O objetivo é fazer com que ele se sinta reconhecido, não apenas impactado.

2. Fluxos de recuperação para clientes em risco

Clientes com recência baixa podem estar prestes a abandonar a marca. A RFM permite identificá-los antes que isso aconteça. Para esse grupo, valem ações mais consultivas, como conteúdos personalizados, ofertas moderadas e jornadas que reconectam o cliente à proposta de valor da marca.

Quando a empresa trabalha com uma agência de marketing, é comum que esse fluxo seja integrado ao CRM para automatizar a retomada.

3. Recomendações baseadas em frequência

Se o cliente compra com frequência, mas mantém tíquete médio baixo, existem oportunidades claras de crescimento. A marca pode apresentar produtos complementares, criar kits, incentivar upgrade e trabalhar cross-sell estrategicamente.

Essa abordagem costuma trazer resultados rápidos porque o hábito já existe. Falta apenas uma conexão mais inteligente entre as categorias de interesse.

4. Modelos de comunicação para clientes iniciantes

Quem fez apenas uma compra pode estar testando a marca. Aqui, a RFM orienta uma jornada de boas-vindas que apresenta mais categorias, mostra depoimentos, reforça diferenciais e constrói confiança. O objetivo é elevar a frequência logo no início, antes que o relacionamento esfrie.

5. Segmentações para campanhas promocionais

Em vez de enviar a mesma promoção para a base inteira, a RFM direciona o desconto apenas para quem precisa de estímulo. Clientes de alto valor não devem receber ofertas agressivas, enquanto consumidores de baixa recência podem responder melhor a incentivos maiores.

O impacto direto é a redução de gastos desnecessários e o aumento expressivo da margem.

6. Estratégias de conteúdo integradas ao SEO

Quando a empresa conhece a composição da base, o SEO ganha camadas adicionais de inteligência. É possível criar conteúdos direcionados às dores reais dos clusters mais valiosos, gerando tráfego qualificado e construindo autoridade com mais consistência.

Essa integração faz com que marketing, vendas e CRM trabalhem como um ecossistema único, elevando a maturidade digital da organização.

Quem criou a matriz RFM?

A matriz RFM foi desenvolvida por pesquisadores do setor de marketing direto ao longo dos anos 1980. O modelo ganhou força porque reunia três variáveis simples que, combinadas, previam comportamento de compra com precisão acima da média para a época.

Quem consolidou o uso prático da RFM foram empresas de varejo e catálogos, que precisavam decidir para quais clientes enviar campanhas impressas. À medida que o digital evoluiu, o método passou a ser aplicado em e-commerce, assinaturas, produtos digitais e qualquer operação que se baseia em CRM.

Hoje, a RFM faz parte do repertório de profissionais de growth, consultorias especializadas e equipes de agência de marketing que trabalham com dados e personalização. Ela segue atual porque equilibra simplicidade operacional e profundidade analítica, permitindo que empresas de todos os portes adotem estratégias avançadas sem depender de tecnologias complexas.

A RFM continua sendo uma ponte entre dados e ação. E quando usada de forma consistente, transforma o entendimento sobre o cliente, potencializa receitas e reduz desperdícios. Em um cenário onde cada ponto de contato importa, métodos como esse ajudam a colocar o cliente no centro de maneira prática e mensurável.

Se a sua empresa quer transformar dados em decisões e evoluir a maturidade digital com mais velocidade, vale dar o próximo passo! Fale conosco e saiba como podemos impulsionar o seu negócio.

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CMV: como calcular o custo de mercadoria vendida e otimizar seus resultados

Toda empresa tem um número que diz muito mais do que parece. Para algumas, é o faturamento. Para outras, o ROI das campanhas de mídia paga. Mas há um indicador que revela, com precisão, o quanto o negócio realmente é eficiente: o CMV, ou Custo de Mercadoria Vendida.

Esse indicador é o ponto de partida para entender se o lucro que aparece no papel é sustentável ou apenas uma ilusão contábil. Quando uma empresa conhece o seu CMV, ela passa a enxergar com clareza o que está por trás de cada venda e de cada resultado de marketing. CFOs, CEOs e gestores comerciais sabem que nenhuma estratégia se sustenta sem essa base sólida.

Com o CMV, a organização deixa de trabalhar apenas com metas de receita e passa a olhar para a lucratividade real. E é a partir dele que se toma decisões mais inteligentes sobre precificação, campanhas, fornecedores e até posicionamento de marca.

Quer entender mais sobre como funciona esse indicador? Nós explicamos tudo sobre ele!

O que é CMV?

O Custo de Mercadoria Vendida (CMV) representa o valor total que a empresa investe na produção ou aquisição de produtos que foram efetivamente vendidos em determinado período. Ele inclui todas as despesas diretas relacionadas à venda, como compra de insumos, transporte, armazenamento, impostos e até perdas operacionais.

Em outras palavras, o CMV mostra quanto foi gasto para que aquele produto ou serviço saísse do estoque e chegasse ao cliente. Ele é a base do lucro bruto, que indica se a operação está gerando ganho real antes de incluir custos administrativos, de marketing e tributos.

Muitas empresas olham apenas para o faturamento e comemoram o crescimento das vendas. No entanto, sem entender o comportamento do CMV, é impossível saber se aquele aumento representa lucro ou apenas um volume maior de trabalho com retorno financeiro limitado.

Por isso, o CMV é considerado um dos pilares da eficiência operacional. Ele funciona como uma radiografia do negócio, revelando quanto realmente custa crescer e o quanto cada área impacta no resultado.

Como calcular meu CMV?

Calcular o CMV pode parecer um desafio no início, mas ele segue uma lógica simples quando as informações estão organizadas. 

O segredo é manter o controle do que entra e sai do estoque e compreender todos os custos diretos ligados à operação. 

Para te ajudar a entender, mostramos 3 diferentes formas de fazer esse cálculo!

Cálculo para CMV geral do negócio

A fórmula mais conhecida é:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final

Esse cálculo mostra o custo total das mercadorias vendidas em um determinado período. Imagine que a empresa começou o mês com R$ 100 mil em estoque, comprou mais R$ 60 mil em produtos e terminou o período com R$ 80 mil. O CMV será de R$ 80 mil (100 + 60 – 80).

Esse número revela quanto foi gasto com mercadorias que geraram receita e é fundamental para calcular o lucro bruto. A partir dele, é possível definir metas mais realistas e ajustar preços para garantir margens positivas.

Cálculo para CMV por produto

Em negócios com portfólio amplo, vale olhar o CMV individual de cada item. O cálculo considera todos os custos diretos daquele produto: preço de compra ou produção, impostos, frete, embalagem e eventuais perdas.

Por exemplo, se uma empresa gasta R$ 40 para produzir um produto e o vende por R$ 80, o CMV é R$ 40. Saber disso ajuda a avaliar a rentabilidade de cada item. Em muitos casos, produtos que geram alto volume de vendas não são os mais lucrativos.

Ter essa visão é essencial para ajustar estratégias comerciais e de marketing. Afinal, investir em campanhas para divulgar um produto de baixa margem pode significar esforço e verba desperdiçados.

Cálculo para CMV por faturamento

Outra forma de análise é comparar o CMV com o faturamento total, para entender quanto do que entra em caixa é consumido pelos custos diretos. A fórmula é:

(CMV ÷ Faturamento Bruto) x 100 = % de custo sobre o faturamento

Se o resultado for de 60%, significa que 60% do faturamento está sendo gasto na produção ou compra de mercadorias. Esse percentual ajuda a identificar o equilíbrio entre preço, custo e lucratividade.

Empresas com margens mais apertadas podem usar esse dado para reavaliar preços, renegociar contratos com fornecedores ou otimizar processos.

04 motivos para calcular o CMV na sua empresa

Saber o CMV não é apenas uma obrigação contábil, é uma ferramenta estratégica para a tomada de decisão.

Ele permite que a gestão financeira converse com o marketing, que o comercial entenda o impacto de suas ações e que a alta liderança tenha um panorama real sobre o desempenho da operação.

Para explicar melhor essa importância, separamos 4 bons motivos para fazer esse cálculo na sua empresa!

1. Identificar custos excessivos

Um CMV elevado pode indicar desperdício, processos ineficientes ou fornecedores com preços acima do mercado. Quando você conhece os custos reais de cada etapa, fica mais fácil negociar e reduzir gastos sem comprometer a qualidade.

Mais do que cortar custos, entender o CMV ajuda a redirecionar investimentos. É a diferença entre economizar e investir com inteligência.

2. Melhorar o controle de estoque

O CMV também é um reflexo direto da gestão de estoque. Se há produtos parados, isso representa capital imobilizado e risco de perdas. Por outro lado, um estoque muito enxuto pode causar rupturas e perda de oportunidades de venda.

Ao acompanhar o CMV, a empresa consegue equilibrar o volume de compras com a demanda real, ajustando prazos, fornecedores e sazonalidades. Isso resulta em um ciclo mais saudável entre produção, venda e reposição.

3. Analisar a situação financeira

Para o CFO e o CEO, o CMV é um dos principais indicadores de performance financeira. Ele mostra se o modelo de operação está funcionando, se as margens estão sob controle e se há espaço para expandir o negócio com segurança.

Quando o CMV é acompanhado de perto, fica mais fácil identificar tendências e antecipar riscos, como aumento de custos de insumos, variação cambial ou mudanças no comportamento do consumidor. É uma visão de gestão baseada em dados, e não em intuição.

4. Monitorar o lucro bruto

O lucro bruto é o que sobra após subtrair o CMV do faturamento. Se o custo sobe e o preço de venda permanece o mesmo, a margem diminui. Isso limita o orçamento disponível para investir em marketing, inovação e equipe.

Monitorar o CMV ajuda a manter o equilíbrio entre competitividade e rentabilidade. Assim, mesmo em períodos de instabilidade econômica, a empresa consegue sustentar o lucro e planejar o crescimento de forma consistente.

Como CMV influencia as estratégias de marketing?

Muitas vezes, o CMV é visto como um dado da área financeira. Mas, na prática, ele impacta diretamente o trabalho do marketing e da performance. Toda decisão de investimento em comunicação precisa estar alinhada à rentabilidade real do produto ou serviço.

Imagine uma campanha de mídia paga que traz alto volume de conversões. Se os produtos promovidos têm um CMV muito alto, o retorno final pode ser negativo, mesmo com ótimo desempenho de cliques. Por outro lado, campanhas direcionadas para produtos com margens mais saudáveis tendem a gerar resultados sustentáveis.

O mesmo raciocínio vale para o CPA (custo por aquisição). Se o CPA é alto e o CMV também, a operação se torna insustentável. É preciso ajustar a estratégia de mídia para equilibrar custo de aquisição e custo de produção.

Uma agência de marketing que trabalha de forma integrada com o time financeiro tem condições de construir campanhas mais inteligentes. Ela entende quais produtos podem receber mais investimento, quais precisam de reposicionamento e como otimizar o mix de mídia para garantir que o lucro, e não apenas as conversões, seja o foco.

Até o SEO é influenciado pelo CMV. Produtos de menor custo e maior margem podem ser priorizados na otimização de palavras-chave e conteúdo orgânico, atraindo tráfego qualificado e reduzindo a dependência de mídia paga. Dessa forma, a empresa melhora o retorno sem aumentar o investimento.

O CMV, portanto, é uma ponte entre finanças e marketing. Quando esses dados se cruzam, a comunicação deixa de ser apenas persuasiva e passa a ser estratégica. É assim que empresas com visão de longo prazo operam: olhando para o número que sustenta todos os outros.

Quer entender como dados financeiros e estratégias de marketing podem caminhar juntos para gerar mais resultado?

Acompanhe o blog do Grupo OM e conheça novas perspectivas sobre gestão, mídia e performance que impulsionam o crescimento das marcas.

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OTE (One Target Earnings): como alinhar metas, marketing e receita previsível

Toda grande performance nasce de uma combinação entre metas claras e recompensas bem estruturadas. Mas, na prática, a maioria das empresas ainda remunera seus times comerciais com base em fórmulas antigas, que estimulam esforço, mas nem sempre resultado real.

É aqui que entra o OTE (One Target Earnings): um modelo de remuneração que busca alinhar motivação individual, metas empresariais e sustentabilidade financeira.

Mais do que uma métrica, o OTE é uma forma de repensar a previsibilidade da receita e a eficiência dos times de vendas. Quando bem aplicado, todos passam a enxergar o mesmo horizonte: crescimento com rentabilidade.

Se você lidera equipes de vendas ou marketing, entender o OTE pode mudar como sua empresa cresce e é sobre isso que falaremos neste artigo!

Vamos lá?

O que é OTE?

O termo OTE, ou One Target Earnings, significa literalmente “ganhos em uma meta”.

Na prática, ele representa o total que um profissional de vendas pode ganhar ao atingir 100% de seu objetivo, somando salário fixo e remuneração variável.

Mas o que parece apenas uma conta de RH tem implicações estratégicas profundas.

O OTE cria previsibilidade. Ele permite que a empresa antecipe seus custos comerciais, entenda a elasticidade da margem e projete crescimento com base em dados concretos.

Imagine o seguinte cenário: uma empresa define que seu vendedor pode ganhar até R$ 12 mil por mês, sendo R$ 6 mil fixos e R$ 6 mil variáveis. 

Isso significa que, se ele atingir sua meta integral, o custo total será de R$ 12 mil. Mas se ficar em 80%, a empresa gasta menos, de forma proporcional ao desempenho.

O modelo dá clareza para todos os lados. O colaborador entende o teto de seus ganhos e o que precisa fazer para alcançá-lo. Já a empresa consegue prever quanto custará cada nível de performance e o impacto disso na margem operacional.

É justamente essa previsibilidade que faz do OTE um formato cada vez mais adotado por empresas SaaS, operações B2B complexas e negócios orientados por dados. Ele une performance e planejamento financeiro sob o mesmo cálculo.

Os multiplicadores no modelo de OTE

O grande diferencial do OTE está nos multiplicadores. Eles definem a relação entre salário fixo e variável, ajustando o nível de risco e incentivo conforme o tipo de operação.

Em vendas de ciclo curto, como e-commerce (B2C), o multiplicador costuma ser mais agressivo. A remuneração variável pode representar até 70% do OTE total, estimulando velocidade e volume.

Já em operações com ciclo mais longo, como SaaS (B2B) ou soluções de alto valor agregado, a relação tende a ser mais equilibrada, próxima de 50/50.

Esse equilíbrio é essencial porque conecta o OTE com os indicadores de marketing e vendas. A empresa precisa garantir que cada real pago em comissão esteja sustentado por dados de performance. É aqui que entram métricas como CAC (Custo de Aquisição de Cliente), LTV (Lifetime Value) e ticket médio.

Um multiplicador mal calibrado pode elevar o CAC e reduzir a margem, mesmo com um time batendo metas. Por outro lado, uma estrutura bem desenhada permite escalar a receita sem comprometer o lucro.

Por isso, mais do que definir um percentual, o desafio está em criar um modelo de OTE baseado em indicadores reais e não em intuição.

Exemplos de OTE

Para entender como o OTE funciona na prática, vale observar um cenário realista e mais completo do que apenas uma conta de comissões.

Imagine uma empresa SaaS B2B que vende soluções de gestão financeira com ticket médio de R$ 1.000 por mês, contrato anual e LTV médio de R$ 12.000. O time de vendas é composto por executivos com OTE de R$ 15.000, divididos entre R$ 7.500 fixos e R$ 7.500 variáveis.

O objetivo é fechar R$ 60.000 em novas receitas mensais recorrentes (MRR), o que equivale a 60 novos contratos por trimestre. A comissão individual está estruturada em camadas:

  • até 100% da meta, o vendedor recebe 1% do valor de contrato;
  • acima de 110%, o percentual sobe para 1,3%, criando um acelerador de alta performance.

Agora, olhe pela lente do CFO: o CAC médio é de R$ 3.000, o payback ocorre em até quatro meses, e cada vendedor custa em média R$ 180.000 anuais considerando o OTE completo.

Com esses dados, é possível calcular que o ponto de equilíbrio acontece a partir de 15 contratos fechados por mês. Tudo o que vier acima disso começa a gerar lucro direto, sem pressionar o caixa.

O resultado? O gestor financeiro tem previsibilidade de margem, o diretor comercial tem um time orientado a metas realistas, e o marketing tem clareza sobre o volume de leads qualificados necessários para sustentar o ritmo de vendas.

Agora imagine que o time de marketing otimiza as campanhas e reduz o CAC de R$ 3.000 para R$ 2.200. Essa simples melhoria gera uma economia direta de R$ 48.000 por trimestre, que pode ser reinvestida em bônus de aceleração, treinamento ou expansão de equipe.

É nesse ponto que o OTE deixa de ser apenas uma fórmula de remuneração e se transforma em uma ferramenta de gestão integrada entre áreas.

O exemplo mostra que o OTE bem calculado não depende só de metas de venda, mas de um ecossistema de dados confiáveis. CAC, LTV e ticket médio deixam de ser indicadores isolados e passam a sustentar o modelo de remuneração e, consequentemente, a previsibilidade do negócio.

Benefícios da OTE

Os benefícios de implementar o modelo de OTE vão muito além da remuneração. Ele é, essencialmente, uma ferramenta de governança comercial, capaz de alinhar incentivos, previsibilidade financeira e performance de marketing dentro de uma mesma lógica de crescimento sustentável.

Mas por que tantas empresas estão substituindo seus modelos tradicionais por estruturas baseadas em OTE? 

A resposta está nos benefícios que ele entrega: 

1. Clareza operacional

Quando todos compreendem o potencial de ganhos e o custo associado à meta, as decisões passam a ser mais racionais e transparentes.

O OTE estabelece limites, define expectativas e transforma metas em compromissos mensuráveis. Isso reduz ruídos, acelera negociações internas e fortalece a confiança entre liderança e equipe.

2. Previsibilidade de custos

Em modelos tradicionais, variações de performance podem distorcer a folha de pagamento e impactar a margem.

Com o OTE, os limites estão claros desde o início. O CFO sabe quanto a empresa desembolsará se o time atingir 80%, 100% ou 120% das metas, o que permite projetar fluxo de caixa e ROI com precisão.

3. Alinhamento entre áreas

Talvez o impacto mais transformador esteja aqui. O OTE exige que marketing, comercial e financeiro falem a mesma língua.

  • Quando o marketing reduz o CAC e atrai clientes com alto LTV, o retorno sobre o investimento em comissões aumenta.

  • Quando o comercial eleva o ticket médio, a margem cresce e o payback encurta.

  • E quando o financeiro acompanha esses indicadores em tempo real, é possível ajustar metas e multiplicadores com base em dados e não em expectativas.

Esse tipo de integração é o que separa empresas reativas de negócios orientados a performance previsível.

4. Cultura de alta performance

O OTE também tem um papel cultural. Ele estimula uma mentalidade de dono, pois cada profissional entende como sua performance impacta a rentabilidade da empresa e que o reconhecimento vem de forma objetiva.

Isso fortalece o senso de propósito e mantém a motivação mesmo em ciclos comerciais longos ou metas desafiadoras.

5. Transparência e meritocracia

Em vez de bonificações arbitrárias, o OTE cria regras claras e mensuráveis. Todos sabem quais indicadores importam e como eles se traduzem em ganhos.

O resultado é um ambiente de trabalho estável, colaborativo e focado em resultados sustentáveis, não em picos de performance isolados.

6. Crescimento sustentável e integrado

Em última instância, o OTE consolida três pilares que sustentam empresas modernas:

  • Previsibilidade financeira;
  • Engajamento de equipe;
  • Alinhamento estratégico entre marketing, comercial e finanças.

Quando esses três vetores se movem juntos, a empresa ganha consistência. E consistência é o que constrói crescimento de longo prazo.

Riscos da OTE

Como toda ferramenta de gestão, o OTE traz riscos quando é aplicado sem uma base sólida de dados ou sem integração entre áreas.

Mais do que um modelo de remuneração, ele é um mecanismo de cultura e previsibilidade. E justamente por isso, requer cuidado em cada detalhe da implementação.

Por isso, separamos os principais riscos e como evitá-los para que o OTE realmente fortaleça a estratégia do negócio.

1. Metas desalinhadas à realidade de mercado

O primeiro risco é estruturar metas comerciais sem considerar o contexto da operação.

Quando o OTE é desenhado apenas para “motivar o time”, sem levar em conta margens, CAC e capacidade de geração de leads qualificados, ele perde credibilidade rapidamente.

Metas inalcançáveis desmotivam; metas fáceis demais elevam o custo sem retorno real.

Empresas maduras validam suas metas com base em dados históricos de funil, ticket médio e taxa de conversão antes de fixar o OTE. Assim, o modelo se torna sustentável para ambos os lados.

2. Falta de atualização do modelo

Mercados mudam, ciclos de venda se encurtam ou se alongam, e novos produtos alteram a dinâmica de aquisição.

Quando o OTE permanece estático diante dessas mudanças, ele deixa de refletir a realidade do negócio.

Um aumento no CAC, uma queda no LTV ou uma mudança no mix de clientes exigem reavaliação imediata da estrutura de metas e multiplicadores.

Ignorar esses sinais leva a remuneração descolada da rentabilidade, um erro que pode corroer a margem a médio prazo.

3. Distorção cultural

Outro risco está no impacto humano. Se o OTE for mal comunicado, ele pode criar competição interna em vez de colaboração.

Quando vendedores priorizam volume em detrimento da qualidade dos contratos apenas para bater meta, o resultado é uma base de clientes pouco rentável, aumento de churn e pressão sobre o marketing para gerar leads que substituam os que se perdem.

Empresas que lidam com isso costumam corrigir o problema redefinindo indicadores: em vez de premiar apenas volume, valorizam métricas combinadas de receita, margem e retenção.

4. Desequilíbrio entre funções e papéis

Cada posição dentro do time comercial exige um OTE proporcional à sua responsabilidade.

Um SDR (pré-vendas) não deve ter o mesmo multiplicador de um executivo de contas que negocia contratos complexos ou de um gestor que lidera a estratégia de pipeline.

Quando essas proporções são mal calibradas, o modelo perde coerência e gera desengajamento. A solução é realizar análises de benchmark internas e externas para garantir equilíbrio entre esforço, impacto e recompensa.

5. Falta de integração entre dados financeiros e operacionais

O OTE depende totalmente de indicadores confiáveis.

Se marketing, vendas e finanças operam em silos, com bases de dados diferentes, o modelo perde sustentação.

Sem dashboards unificados, o CFO não consegue avaliar o custo real por venda, o diretor comercial não enxerga gargalos e o marketing não entende se está gerando leads de valor.

O resultado é uma cadeia de decisões fragmentada, em que cada área busca o próprio sucesso, e o OTE deixa de refletir a performance global da empresa.

A integração entre CAC, LTV, ticket médio e taxa de conversão deve ser contínua, garantindo que o modelo seja sempre alimentado por dados atuais e consistentes.

6. Falta de revisão e comunicação contínua

O OTE não é um modelo “defina e esqueça”. Ele precisa ser revisado com frequência, especialmente em cenários de oscilação de mercado ou reestruturação interna.

Da mesma forma, a transparência na comunicação é fundamental.
Quando o time entende os critérios e as métricas por trás do OTE, o engajamento aumenta e o modelo ganha legitimidade.

Em contrapartida, a falta de clareza sobre como as metas são definidas e revisadas mina a confiança e pode transformar o OTE em fonte de tensão, não de motivação.

Como o marketing influencia na OTE do time de vendas

O OTE é frequentemente visto como uma responsabilidade do RH e da área comercial. Mas, na prática, ele só alcança seu potencial máximo quando o marketing é parte ativa da equação.

Isso porque o desempenho do time de vendas depende diretamente da qualidade da demanda gerada e é o marketing quem dita o ritmo, a relevância e o custo dessa geração de oportunidades.

Pense no modelo SaaS do exemplo que citamos anteriormente.

Se o marketing entrega leads com alta taxa de conversão, dentro do ICP (perfil ideal de cliente), o vendedor gasta menos tempo qualificando contatos frios e aumenta seu índice de fechamento.

Esse ganho de eficiência impacta o OTE de duas formas: reduz o CAC e acelera o atingimento da meta, permitindo que a empresa pague o bônus com rentabilidade preservada.

Por outro lado, se as campanhas geram volume sem qualidade, o efeito é o inverso. O ciclo de vendas se alonga, o custo de aquisição cresce, o ticket médio tende a cair e o ROI do time comercial se deteriora.
Nesse cenário, o OTE perde sua lógica: a empresa continua remunerando com base em metas nominais, enquanto a margem por venda despenca.

É por isso que os negócios mais maduros tratam o OTE como uma ferramenta de gestão compartilhada entre financeiro, marketing e vendas. Cada área influencia uma parte crítica do resultado:

  • O financeiro garante que o modelo seja sustentável, analisando custo e margem.

  • O marketing alimenta o topo do funil com oportunidades de alta qualidade, cuidando para que o CAC e o LTV estejam equilibrados.

  • O comercial executa com eficiência, convertendo leads em receita de forma previsível.

Essa integração cria um círculo virtuoso. O marketing orientado por dados melhora a eficiência das campanhas, o que reduz CAC e eleva o LTV. 

Com indicadores mais saudáveis, o CFO tem espaço para aprimorar o OTE, oferecendo variáveis mais competitivas e mantendo a lucratividade. O resultado é um time de vendas mais motivado e uma empresa com crescimento sustentável.

O ponto-chave é que o OTE não é apenas um cálculo de comissão, mas uma tradução financeira da performance coletiva

Quando marketing e vendas trabalham em sintonia, o modelo deixa de ser um incentivo individual e passa a ser uma engrenagem de crescimento previsível, sustentada por dados, inteligência e alinhamento estratégico.

Como aplicar o OTE na prática? 15 passos essenciais para você seguir!

Nos benefícios vimos por que o OTE cria previsibilidade e alinhamento. Nos riscos, ficou claro o que pode dar errado quando faltam dados e integração entre áreas. Agora é a hora de transformar a lógica em operação!

A implementação funciona quando o modelo une processo, números e cultura de um jeito disciplinado e simples de operar no dia a dia.

1. Comece pelo diagnóstico de unidade econômica

Antes de falar em comissões, confirme se a aquisição e a retenção sustentam um modelo de incentivo.

  • Calcule o CAC com base no gasto total de marketing e vendas dividido pelos clientes adquiridos no período.

  • Projete o LTV pela receita média por cliente multiplicada pela margem bruta e pela expectativa de retenção.

  • Revise o ticket médio, a taxa de conversão por etapa e o tempo de ciclo.

Regra prática: o LTV deve ser de 3 a 5 vezes o CAC em modelos saudáveis. Se a relação não estiver nessa faixa, ajuste alvos e canal antes de avançar para o OTE.

2. Defina o pay mix e os multiplicadores por função

O OTE começa pelo balanço entre o que é fixo e o que é variável.

  • Profissionais de pré-vendas costumam ter entre 60% e 70% de fixo, com variável atrelado a reuniões qualificadas.

  • Executivos de contas que fecham contratos complexos trabalham, em geral, com 50% a 60% de fixo e o restante variável.

  • Gestores comerciais podem ter variável vinculado à meta do time e à margem de contribuição.

Quanto maior o ciclo e a complexidade da venda, mais equilibrado deve ser esse percentual.

3. Construa metas realistas a partir de capacidade e cobertura de pipeline

As metas precisam nascer da capacidade real do time, não apenas do orçamento.

  • Estime a capacidade por vendedor considerando número de oportunidades ativas, taxa de conversão e tempo de ciclo.

  • Garanta cobertura de pipeline entre 3 e 4 vezes a meta mensal para operações com ciclo de 60 a 90 dias.

  • Conecte o funil de marketing à meta de vendas, garantindo volume suficiente de leads qualificados para sustentar o ritmo comercial.

Quando essa proporção não fecha, o modelo perde credibilidade. O OTE só funciona se a meta for atingível.

4. Amarre o OTE a indicadores de qualidade, não só volume

Evite recompensar apenas quem fecha mais contratos. É fundamental premiar qualidade e rentabilidade.

  • Bonifique mais quando o ticket médio estiver acima da média.

  • Pondere comissões conforme a margem bruta, o perfil do cliente e o potencial de LTV.

  • Use bônus aceleradores somente quando o CAC estiver dentro do limite acordado com o financeiro.
    Essa prática estimula crescimento saudável e evita distorções.

5. Modele regras de bônus e crédito com clareza

A previsibilidade nasce de regras bem definidas.

  • Aceleradores podem começar a partir de 110% da meta e subir em 120%, sempre considerando indicadores de qualidade.

  • Desaceleradores entram em casos de descontos excessivos ou margem abaixo do limite mínimo.

  • Defina quem recebe a comissão quando há vendas compartilhadas, troca de território ou repasse de cliente.

  • Avalie se haverá limite máximo de bônus e comunique os critérios com antecedência.

Essas definições garantem justiça e reduzem conflitos internos.

6. Crie um período de rampagem para novos vendedores

Ninguém atinge 100% da meta no primeiro mês.

  • Estabeleça um período de adaptação de 90 a 120 dias, com metas progressivas.

  • Garanta uma remuneração mínima inicial (garantia ou adiantamento) para dar segurança durante o aprendizado.

  • Acompanhe indicadores de produtividade para entender o tempo médio até a primeira venda.

7. Integre marketing e vendas desde o início

O sucesso do OTE depende de um funil íntegro.

  • Defina perfil de cliente ideal (ICP), lead qualificado e lead pronto para vendas (SQL) de forma unificada.

  • Estabeleça prazos de resposta e devolução de leads não aderentes.

  • Acompanhe CAC por canal, LTV por segmento e contribuição do marketing para o atingimento da meta comercial.
    Sem essa integração, o OTE vira uma discussão sobre comissão — e não sobre crescimento.

8. Crie um dashboard de governança compartilhado

O painel é o centro de controle do modelo.
Inclua nele:

  • Metas, resultados e previsões por vendedor e por equipe.

  • CAC, LTV, ticket médio, margem e tempo de payback.

  • Conversões por etapa do funil e desempenho de canais.

  • Cumprimento de prazos e acordos entre marketing e vendas.

Esse monitoramento contínuo mantém o OTE conectado aos indicadores reais da operação.

9. Formalize campanhas e incentivos sazonais

Campanhas extras de incentivo funcionam quando têm regras.

  • Delimite duração, público, metas e orçamento.

  • Evite sobreposição com o variável fixo para não distorcer o equilíbrio.

  • Avalie o impacto sobre CAC e ticket médio antes e depois da campanha.

Assim, o OTE mantém coerência e a empresa preserva margem.

10. Inclua pós-venda e retenção na lógica de remuneração

O valor real vem da continuidade da relação com o cliente.

  • Recompense vendedores por contratos que atingem marcos de uso e satisfação ligados a maior LTV.

  • Bonifique equipes de sucesso do cliente (CSM) com base em indicadores como retenção, expansão e recomendação.

  • Use mecanismos de devolução de comissão (clawback) quando houver cancelamento precoce.

Isso reforça a importância de vendas sustentáveis.

11. Documente fórmulas e exemplos de cálculo

A clareza evita ruído.

  • Detalhe no handbook comercial como é calculado o variável, incluindo aceleradores, descontos e critérios de qualidade.

  • Mostre exemplos com metas atingidas, superadas e não alcançadas.

Quando o time entende o cálculo, a confiança no modelo aumenta.

12. Estabeleça critérios de revisão e gatilhos de ajuste

Mercados mudam e o OTE precisa reagir.

  • Defina gatilhos objetivos para revisão, como variações significativas em CAC, mix de produtos ou preço médio.

  • Ajuste multiplicadores conforme o cenário, mantendo a sustentabilidade.

  • Sempre comunique mudanças com antecedência, evitando rupturas no engajamento.

13. Fortaleça o papel da liderança

O OTE só funciona se os líderes forem multiplicadores do modelo.

  • Treine gestores para interpretar dados de funil, dar feedbacks baseados em indicadores e conduzir conversas sobre desempenho com clareza.

  • Vincule planos de desenvolvimento às métricas que sustentam o crescimento, como ticket médio e taxa de conversão.

A gestão é o elo entre o modelo e o comportamento do time.

14. Integre o OTE ao planejamento financeiro

O OTE precisa conversar com o DRE (Demonstrativo de Resultados do Exercício).

  • Leve a previsão de comissões para o orçamento, simulando cenários de 80%, 100% e 120% das metas.

  • Analise o impacto do modelo na margem operacional e no custo de aquisição.

  • Crie projeções de sensibilidade quando o ticket médio ou o CAC variarem.

Essa integração transforma o OTE em ferramenta de governança, e não apenas de motivação.

15. Comunique, revise e celebre resultados

Por fim, lembre-se de que o OTE vive de clareza e constância.

  • Comunique o modelo em linguagem simples, com perguntas frequentes e exemplos visuais.

  • Reforce mensalmente o status das metas e reconheça boas práticas que elevaram o ticket médio e reduziram o CAC.

  • Faça revisões trimestrais para ajustar metas, acompanhar o LTV e garantir que o modelo continue justo e sustentável.

Quando OTE, indicadores de marketing e capacidade comercial se movem juntos, o resultado deixa de ser esforço e passa a ser sistema. É nesse ponto que previsibilidade deixa de ser promessa e se torna rotina.

Quer se aprofundar em modelos que conectam incentivo, funil e rentabilidade sem perder a simplicidade operacional? Siga acompanhando nossos conteúdos no blog! 

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