Mês: outubro 2025

Partnership: Como funciona?
A cultura de dono virou uma das expressões mais desejadas nas empresas. No marketing, especialmente, onde a pressão por performance é constante e o talento é o ativo mais valioso, encontrar formas de engajar pessoas além do salário, virou prioridade estratégica.
É nesse contexto que o modelo de partnership ganha força. Mais do que uma tendência de gestão, ele representa uma nova forma de enxergar o trabalho: como uma construção compartilhada, onde o sucesso da empresa e o sucesso individual caminham lado a lado.
Quer entender como esse modelo pode transformar como sua agência pensa gestão, performance e crescimento? Então siga a leitura!
O que significa partnership nas empresas?
Na prática, partnership é sobre transformar colaboradores em sócios. Mas na essência, é sobre dividir futuro.
Em uma agência de marketing, esse modelo redefine o vínculo entre talento e negócio. Profissionais que antes eram apenas “contratados” passam a atuar como protagonistas da estratégia. Um head de mídia deixa de pensar só em campanhas e começa a avaliar margens, churn de clientes e até novos modelos de precificação. Um diretor de criação passa a enxergar o briefing com olhar de oportunidade e não apenas de entrega.
É como se cada área deixasse de operar em silos e passasse a jogar o mesmo jogo: o da sustentabilidade da agência. E isso muda tudo.
O partnership é, antes de tudo, um modelo de confiança. Ele exige que a liderança compartilhe não só lucros, mas decisões, responsabilidades e riscos. Por isso, não se trata apenas de “dar participação”, mas de construir uma cultura em que todos pensem como donos e ajam como tal.
Como implementar o Programa de Partnership?
Não existe fórmula pronta, mas existe direção. O ponto de partida é entender que o partnership precisa nascer de dentro para fora. Ele não é uma estratégia de retenção, é uma filosofia de gestão.
O primeiro passo é identificar quem realmente tem perfil de parceiro. Nem sempre é o colaborador mais antigo, e nem sempre é o mais técnico. São pessoas que têm visão de negócio, comportamento ético e capacidade de liderar sem precisar de crachá.
Depois vem o desenho do modelo. Algumas agências optam por participação nos lucros, outras vão além e abrem cotas ou ações.
Há ainda as que criam um formato híbrido: primeiro, um bônus vinculado à performance; depois, a possibilidade de se tornar sócio.
O segredo é garantir que o modelo seja escalável e transparente. Todos precisam entender como se chega lá e o que muda quando se chega.
A governança também precisa evoluir junto. Decisões, relatórios, indicadores e responsabilidades precisam estar claros. Um bom programa de partnership não acontece no improviso, ele nasce com base em regras, mas floresce na cultura.
Quais os principais cuidados na implementação?
Um erro comum é acreditar que o partnership resolve problemas de engajamento por si só. Ele não é uma recompensa, é um contrato simbólico.
Antes de abrir o capital da cultura, é preciso testar o quanto o time está preparado para isso. Quando o partner entra, ele não ganha apenas bônus: ganha obrigações, exposição e o dever de pensar no coletivo.
Outro cuidado importante está na comunicação. Transparência é a alma do modelo. O time precisa entender os critérios, o tempo de maturação e as métricas de avaliação. Quando os critérios são nebulosos, o modelo perde credibilidade e o efeito é o oposto: frustração.
Também é indispensável o suporte jurídico e contábil. Cada tipo societário exige um formato diferente de contrato, e erros nessa etapa podem gerar problemas fiscais sérios. É o tipo de modelo que precisa ser bonito no PowerPoint, mas ainda mais sólido no jurídico.
Como implementar o Programa de Stock Options?
O Stock Options é uma das versões mais sofisticadas do partnership, e vem ganhando espaço fora do universo das startups.
Em agências de marketing e empresas de growth, ele funciona como um mecanismo para atrelar resultados de longo prazo à valorização da empresa. O profissional recebe o direito de comprar ações por um preço fixo após determinado período, o famoso vesting.
Imagine um head de performance que, ao longo de três anos, contribui para aumentar o faturamento e reduzir o CAC de clientes. Ao final desse período, ele pode exercer suas opções e se tornar sócio de fato, participando dos resultados da empresa que ajudou a escalar.
Esse tipo de programa cria um vínculo emocional e econômico. É quando o profissional entende que cada resultado de SEO, cada lead qualificado e cada venda conquistada se traduz, lá na frente, em valorização real.
Mais do que um incentivo financeiro, o Stock Options cria uma ponte entre a operação e a estratégia. E, em um setor em que a velocidade das mudanças é alta, essa conexão de longo prazo faz toda a diferença.
De que forma o colaborador pode entrar na Sociedade Anônima?
Quando o modelo é estruturado como Sociedade Anônima (S.A.), o colaborador pode adquirir ações e se tornar um acionista da empresa. É um formato mais complexo, mas também mais sólido.
Em grupos de comunicação ou holdings que reúnem diversas agências, isso permite que o colaborador tenha participação proporcional e direito a voto em decisões importantes.
A entrada pode acontecer de diferentes maneiras: compra direta de ações, conversão de bônus em participação ou distribuição gradual conforme metas e tempo de casa.
O que realmente importa, no entanto, é o mindset por trás do processo. O partner deixa de ser alguém que apenas executa para se tornar alguém que co-cria o futuro do negócio. E isso muda a relação entre agência e profissional em todos os níveis.
Quais são os benefícios do partnership?
A lista é longa, mas o impacto real se resume em uma palavra: comprometimento.
Quando o colaborador se torna sócio, o trabalho ganha outro significado. O resultado de uma campanha de mídia não é só um KPI no dashboard, é um indicador que afeta o crescimento da empresa da qual ele faz parte. O fechamento de uma nova conta não é apenas um ganho de fee, é uma conquista que ele compartilha.
Além do engajamento, o partnership é um dos modelos mais eficazes de retenção de talentos. Em mercados competitivos como o de marketing digital e e-commerce, onde profissionais recebem propostas constantemente, a sensação de pertencimento é o diferencial que os mantém.
Outro benefício está na diversificação das perspectivas. Quando os sócios vêm de diferentes áreas (mídia, criação, BI, planejamento, vendas) a empresa passa a tomar decisões mais inteligentes, equilibrando visão criativa e racional.
E há ainda o ganho de reputação. Agências que adotam o partnership comunicam ao mercado que valorizam o capital humano. Isso atrai novos talentos e fortalece a marca empregadora, algo essencial para empresas que vivem de pessoas e ideias.
Quais são os riscos do partnership?
Nenhum modelo de gestão é imune a riscos, e o partnership não é exceção.
O primeiro é o risco da vaidade, afinal, dividir poder exige maturidade. Quando o propósito é coletivo, o ego precisa ficar do lado de fora da sala. Se a liderança não estiver pronta para compartilhar decisões, o modelo pode se tornar apenas uma formalidade.
O segundo risco é a falta de preparo para lidar com o tempo. O partnership é um jogo de longo prazo. Os resultados não aparecem de imediato, e isso pode gerar impaciência entre os participantes. É preciso reforçar constantemente a visão de futuro e os ganhos cumulativos.
Há também riscos legais e fiscais que exigem assessoria especializada. Modelos mal estruturados podem gerar passivos difíceis de reverter.
Por fim, existe o risco cultural. Nem toda equipe está pronta para ser dona. Alguns preferem a segurança da hierarquia tradicional, e tudo bem. O sucesso do partnership depende do alinhamento entre propósito, cultura e maturidade do time.
Até aqui, entendemos que o partnership é mais do que uma prática de gestão: é uma nova filosofia de negócios. Ele representa a transição das agências de marketing de estruturas centralizadas para ecossistemas colaborativos, onde cada pessoa entende seu papel na construção do todo.
No fim das contas, é sobre acreditar que o verdadeiro valor de uma agência está nas pessoas que a constroem todos os dias e que dividir resultados não enfraquece o negócio, fortalece a sua base.
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